Brasil terá embaixador na Guiné Equatorial
A Guiné Equatorial, que se transformou nos últimos anos no terceiro maior exportador de petróleo da África, contará em breve com o primeiro embaixador brasileiro residente no país. Trata-se do ministro de segunda classe Agemar de Mendonça Sanctos, cuja indicação (MSF 238/06) recebeu nesta quinta-feira (7) parecer favorável da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) e será agora submetida ao Plenário.
Os dois países mantêm relações diplomáticas desde 1974, com representações cumulativas. A abertura de embaixadas da Guiné em Brasília e do Brasil em Malabo foi decidida após encontro, em 2004, dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Teodoro Obiang, realizado paralelamente a uma reunião de chefes de Estado da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em São Tomé e Príncipe.
A Guiné já abriu sua representação na capital brasileira. E a embaixada do Brasil está em processo de instalação, segundo anunciou à comissão o embaixador indicado. O início do funcionamento da representação brasileira deverá coincidir com o começo da atuação, naquele país, da Petrobras, que vai operar um campo em águas profundas na plataforma continental guinéu-equatoriano.
A produção de petróleo na Guiné Equatorial alcançou 350 mil barris diários em 2004. Existem no país reservas provadas de 1,1 bilhão de barris. Explorado por empresas estrangeiras, quase todas norte-americanas, o petróleo representa atualmente mais de 90% das receitas fiscais e de exportação do país.
Além da Petrobras, disse Sanctos, o governo da Guiné deseja atrair investimentos para o agronegócio, acenando com a vantagem de acesso ao mercado europeu por meio das concessões feitas a países africanos pelo Acordo de Lomé. Existe ainda o interesse guinéu-equatoriano, de acordo com o embaixador indicado, no estabelecimento de linhas de transporte aéreo e marítimo e na cooperação técnica em áreas como agricultura, educação e saúde.
- A Guiné deseja ainda a instalação de um centro cultural brasileiro - relatou Sanctos, lembrando que na ilha de Annobon, ao sul do país, existe uma população que fala português.
07/12/2006
Agência Senado
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