Brasil terá novo embaixador na China
Principal parceiro comercial do Brasil desde 2009 e país que caminha para se tornar a maior economia do mundo, a China receberá, em breve, novo embaixador brasileiro. Já chegou à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) a mensagem presidencial de indicação do ministro de primeira classe Valdemar Carneiro Leão Neto como representante do Brasil em Beijing. Lida em Plenário na terça-feira (5) anterior ao Carnaval, a mensagem (MSF 10/2013) aguarda indicação de relator.
Leão já exerceu o cargo de embaixador junto ao Canadá e à Colômbia no período entre 2003 e 2011. A partir de 2011, passou a ocupar o posto de subsecretário-geral de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério de Relações Exteriores. Caso seja aprovado pelo Senado, ele chegará a Beijing um ano antes da celebração de quatro décadas do estabelecimento de relações entre o Brasil e a República Popular da China.
As relações bilaterais tiveram um grande impulso a partir de 2000, como indica exposição de motivos encaminhada ao Senado pelo Itamaraty. Se naquele ano o comércio bilateral limitou-se a US$ 2,3 bilhões (apenas 2,1% do total do comércio brasileiro), o intercâmbio bilateral subiu em 2012 para US$ 75,5 bilhões – um aumento de 3.171% no período. De 2000 a 2012, o superávit acumulado pelo Brasil no comércio com a China foi de US$ 30,7 bilhões. Apenas no ano passado, o superávit foi de US$ 7 bilhões – ou 35,9% do superávit total brasileiro.
Desde 2009, a China tornou-se o principal destino das exportações brasileiras e, desde 2012, também a principal origem das importações nacionais. Os grandes números, porém, refletem principalmente exportações brasileiras de soja, minérios e petróleo. Um dos principais desafios do novo embaixador brasileiro será diversificar as exportações para a China, como já foi solicitado há um ano pela delegação brasileira durante a mais recente reunião da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban), a mais importante instância permanente de diálogo político entre os dois países.
Durante a conferência Rio+20, realizada em junho de 2012 no Rio de Janeiro, a presidente Dilma Rousseff e o primeiro-ministro chinês Wen Jiabao assinaram comunicado conjunto por meio do qual os dois países elevaram as relações bilaterais do nível de parceria estratégica, estabelecido em 1993, para o de parceria estratégica global. Até hoje, a China só estabeleceu este tipo de parceria com Estados Unidos, Rússia, União Europeia, França, Reino Unido e África do Sul. No mesmo encontro, foi firmado o Plano Decenal de Cooperação, que prevê, entre outras metas, a concessão pelo governo chinês de 200 bolsas de estudo por ano a estudantes brasileiros dentro do programa Ciência sem Fronteiras.
15/02/2013
Agência Senado
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