Brasil vai liderar campanha internacional contra o protecionismo dos países ricos



O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sérgio Amaral, anunciou nesta quinta-feira (18), durante audiência pública realizada pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), que o Brasil está preparando-se para liderar um movimento internacional contra o protecionismo praticado pelos países ricos. Segundo o ministro, esse será o item número 1 da estratégia concebida pelo atual governo para estimular as exportações do país e conquistar elevados superávits comerciais.

Os outros pontos principais da nova política de comércio exterior brasileira, segundo o ministro, consistem na busca de redução dos custos internos, incluindo-se aí os custos tributários; no lançamento de uma política industrial ativa, que visará ao desenvolvimento de setores específicos que possam agregar mais tecnologia às suas exportações; e no desenvolvimento de uma política comercial mais agressiva, criando plataformas de apoio para os empresários por meio das embaixadas do Brasil.

Sérgio Amaral não demonstrou qualquer entusiasmo por ações alternativas para o aumento das exportações, como a criação de Zonas de Processamento de Exportações (ZPEs), de aeroportos alfandegários e de portos secos (áreas selecionadas para se fazer todo o desembaraço portuário de mercadorias, distante dos portos de embarque). Para o ministro, todas essas idéias são lançadas, no fundo, para se tentar fugir do problema principal, que é o da legislação imprópria ao estímulo das exportações, como é o caso da brasileira. O melhor, para ele, é fazer logo a reforma tributária, adequando a legislação para um bom desempenho das exportações.

Sérgio Amaral disse que faz parte da atual estratégia um esforço de substituição de importações, notadamente nas áreas de petróleo, bens de capital, produtos farmacêuticos e eletroeletrônicos. Sobre os mercados que o governo considera prioritários em busca de uma maior colocação do produto brasileiro, ele citou os Estados Unidos, o Reino Unido, a Alemanha e o Japão, num primeiro plano. Num segundo plano, citou a China, a Índia e o México.

Segundo o ministro, somente os países da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), que reúne 29 membros da Europa e da América do Norte (Estados Unidos e Canadá), gastam atualmente US$ 1 bilhão por dia, com subsídios concedidos à sua agricultura. Essa situação, na opinião de Sérgio Amaral, não pode continuar.



18/10/2001

Agência Senado


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