Iris condena protecionismo dos países ricos no comércio internacional
Iris alertou para a necessidade de mais apoio ao setor rural da economia brasileira, para manter a oferta de alimentos a preços acessíveis e gerar excedentes destinados à exportação. Ele disse estar confiante na atuação dos negociadores brasileiros na reunião da OMC que está sendo realizada em Doha, no Catar, na busca de novos espaços no mercado internaciona, principalmente na área de agronegócios.
- Na verdade, o próprio ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, que chefia a nossa delegação, reconheceu que a área agrícola é a de maior interesse para o Brasil dentro do contexto das discussões do encontro da OMC. E até explicou que é no setor rural da economia que o nosso país tem o que chamou de oferta exportável. No caso, ele faz referência ao fato de que o campo já detém 40% das nossas exportações, apresentando um superávit, no ano passado, de quase US$ 11 bilhões na balança comercial, enquanto todos os setores da economia, somados, registraram um déficit perto de US$ 15 bilhões - assinalou.
O Brasil, segundo o senador, é um exemplo para as outras nações, porque o produtor brasileiro trabalha sem nenhum tipo de subsídio e atinge elevados níveis de produtividade. Iris lembrou que em países desenvolvidos, como Estados Unidos e França, os respectivos governos gastam bilhões de dólares para cobrir a diferença entre o preço de mercado e o preço mínimo do produto. "Os países mais ricos gastam diariamente US$ 1 bilhão com subsídios somente para a agricultura e a pecuária", acrescentou.
Além do subsídio direto, continuou Iris, esses países utilizam outros meios de proteção que prejudicam nações como o Brasil. São sobretaxas, cotas, tarifas e acréscimos de impostos em produtos para que o preço se iguale com o preço de produtos locais, como o suco de laranja, carne de frango e bovina, açúcar, café, fumo, soja, frutas, sapatos e aço. Além disso, disse o senador, ainda existe a morosidade do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos em regulamentar exames sanitários das frutas exportáveis, impedindo o acesso ao mercado norte-americano.
12/11/2001
Agência Senado
Artigos Relacionados
Brasil vai liderar campanha internacional contra o protecionismo dos países ricos
PARA JUVÊNCIO, PROTECIONISMO DE PAÍSES RICOS PREJUDICA EMERGENTES
Mercadante critica protecionismo dos ricos e elogia postura brasileira em Cancún
Países decidem restringir comércio internacional de três agrotóxicos
Joseph Stiglitz alerta: "Protecionismo dos ricos está aumentando e situação pode piorar"
Turismo nos países emergentes deve superar o dos países ricos, aponta OMT