Brigadeiro relata dificuldades do resgate das vítimas do vôo 1907 da Gol
Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo, nesta terça-feira (14), o brigadeiro-do-ar, Jorge Kersul Filho, chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), apresentou vídeo mostrando as dificuldades encontradas pelas equipes das Forças Armadas durante a operação de resgate das vítimas do vôo 1907 da Gol, acidentado em 29 de setembro do ano passado.
Defendendo a Aeronáutica no caso do sumiço de pertences das vítimas, Kersul lembrou que as equipes de busca concentraram seus esforços sobretudo no resgate de corpos e de destroços da aeronave importantes para a elucidação das causas do acidente. Ele lembrou que os objetos das vítimas, cobrados por parentes, não foram procurados no momento das operações uma vez que não era prioridade fazê-lo.
Para encontrar as caixas-pretas do avião, informou o brigadeiro, foi montada uma verdadeira operação de guerra. Segundo ele, devido ao fato de esses equipamentos terem penetrado na camada espessa de folhas existente no chão da floresta, em razão da alta velocidade em que atingiram o solo, somente com detectores de minas de uma unidade do Exército Brasileiro, especializada na desativação desses artefatos, foi possível achá-los.
- Então, quando alguém hoje pede para que se encontre um bem material, é bom tentar ver a dificuldade de se achar algo que nem foi procurado - advertiu ele.
Relatando as dificuldades dos trabalhos de busca no interior da Floresta Amazônica, Kersul destacou o elevado grau de umidade e temperatura no local. Segundo ele, as condições eram tão inadequadas que os próprios militares que trabalhavam na selva voltavam com cheiro insuportável, tendo de descartar suas fardas pela impossibilidade de reaproveitamento.
Kersul, mostrando dados estatísticos da operação realizada, lembrou, entre outras informações relevantes, que nos 54 dias de atividades foram gastos 1,2 milhão de litros de combustível, transportados 382 toneladas de cargas, 170 sacos com despojos, e 6.308 passageiros.
14/08/2007
Agência Senado
Artigos Relacionados
Malta solidariza-se com familiares das vítimas do vôo 1907
Demóstenes pede ajuda da PF para esclarecer sumiço de bens de vítimas do vôo 1907
Exército ajuda no resgate de vítimas na Bolívia
Metrô: Serra diz que prioridade é o resgate das vítimas
José Nery relata dificuldades de municípios paraenses
Famílias das vítimas do voo 447 vão exigir resgate de todos os corpos