Demóstenes pede ajuda da PF para esclarecer sumiço de bens de vítimas do vôo 1907



Na reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo desta terça-feira (14) que analisou denúncias do suposto desaparecimento de bens de vítimas do acidente com um Boeing da Gol em setembro do ano passado, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) destacou a dedicação de muitas pessoas que participaram do resgate, mas observou que há desvios "em todas as profissões, em todos os momentos". Demóstenes disse que o objetivo da CPI nessa questão é "esclarecer a situação no que for possível" e pediu a ajuda da Polícia Federal para essa tarefa.

Diante de familiares de vítimas do vôo 1907 da Gol e dobrigadeiro-do-ar Jorge Kersul Filho, oficial da Aeronáutica responsável pela operação de coleta e guarda dos pertences pessoais dos passageiros do avião acidentado, Demóstenes avaliou a atuação dos envolvidos no episódio.

- Fazer o resgate de vítimas de um acidente aéreo é papel de homens abnegados, dedicados. Um papel reservado a poucos e que dignifica muito os que exercem a tarefa. Me sinto orgulhoso de ter pessoas a nossa serviço e a serviço da pátria tão dedicadas em momentos tão extremos. Vossa Excelência, brigadeiro Kersul, é uma dessas pessoas, um dos grandes brasileiros que se dedicam profundamente à sua profissão de forma altaneira. Por isso tem meu reconhecimento. Mas, em todas as profissões, em todos os momentos, em todos os lugares, há desvios, infelizmente. De outro lado, temos familiares das vítimas (denunciando o desaparecimento de pertences) - disse.

O senador, que é relator da CPI, afirmou ainda que, em todo evento, por mais que ocorram acertos, também há os erros. Como exemplo, citou o fato de alguém da Aeronáutica ter gravado vídeos do resgate, exibindo corpos em decomposição, e colocado no site You Tube. O vídeo já foi retirado do ar a pedido dos familiares das vítimas.

Na reunião da CPI que tratou do suposto desaparecimento de pertences, a advogada Carla Coelho, designada pela Gol para acompanhar a operação de coleta e guarda dos pertences pessoais das vítimas do acidente, destacou que a maior preocupação da empresa "é manter o respeito". A advogada foi depositária fiel dos bens durante o processo de resgate e disse que assumiu essa responsabilidade "acreditando que seria um trabalho sério e respeitoso". Carla Coelho sugeriu que seja instaurado um inquérito "para apurar da maneira correta e manter o respeito com os que trabalharam".

- Se houve equívoco, não há fato comprovado - destacou.

Carla Coelho afirmou que, legalmente, a restituição de pertences foi feita pela Aeronáutica e que os bens resgatados foram catalogados e descontaminados de acordo com normas internacionais. A advogada destacou ainda que quase 300 quilos de material resgatado foram incinerados porque muitos familiares não quiseram os bens de volta.

Durante a reunião, o senador Wellington Salgado (PMDB-MG) chegou a ter um início de discussão sobre o assunto com o brigadeiro Jorge Kersul. Por fim, o parlamentar fez um apelo para que o debate seja focado no acidente e nas formas de evitar que ocorra um novo desastre. O restante se tornará experiência para o futuro, acredita o senador.



14/08/2007

Agência Senado


Artigos Relacionados


Malta solidariza-se com familiares das vítimas do vôo 1907

Brigadeiro relata dificuldades do resgate das vítimas do vôo 1907 da Gol

Lobão pede ajuda para vítimas no Maranhão

Ana Rita pede ajuda para vítimas de enchentes no Espírito Santo

Familiares de vítimas de acidente com avião da Gol pedem apuração de sumiço de pertences

Freitas Neto pede ajuda a vítimas da seca no PI