Busca pela Central de Atendimento à Mulher cresce 82% em 2010



Dados da Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180), da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), mostram que de janeiro a dezembro do ano passado foram registrados 734.416 atendimentos — um aumento de 82,8% em relação ao ano de 2009 (269.977). Desde de abril de 2006 até o último mês de dezembro, foram 1.658.294 atendimentos. O balanço destacou que, do total de ligações, 420.313 foram para pedir informações sobre a Lei Maria da Penha. Veja o balanço completo na página da SPM.

Dos 734.416 registros, 108.026 dizem respeito a relatos de violência: 63.831 referem-se à violência física; 27.433 à violência psicológica; 12.605 à violência moral; 1.839 à violência patrimonial; 2.318 à violência sexual; 447 a cárcere privado; e 73 a tráfico de mulheres. 

Em 2010, foram registradas 58.714 ocorrências de lesão corporal e 15.324 de ameaças, o que corresponde a 55% e 14,4% do total de relatos de violência, respectivamente.

Ao avaliar o balanço, a ministra da SPM, Iriny Lopes, defendeu que os números não são descartáveis, uma vez que os homicídios de mulheres no País são provenientes de violência doméstica.

“Os casos começam com lesões leves e vão aumentando de graduação até chegar ao homicídio. Por isso, a violência contra a mulher não pode ser tratada como uma discussão de vizinhos, ou uma briga casual de amigos em um bar. As agressões marcam não só as mulheres, mas filhos e filhas, principalmente crianças e adolescentes”, disse.


Reclamações

A reclamação dos serviços da rede de atendimento à mulher totalizaram 5.302 registros. O que corresponde a um aumento de 91,1% quando comparados ao ano anterior (2.774). Dessas queixas, 85% se referem à segurança pública (4.510). As Delegacias Comuns tiveram 2.308 registros, o que corresponde a (43,5%) do total, as Delegacias, Seções e Postos de Atendimento Especializados da Mulher tiveram 1.147 (21,6%) e o Disque 190, 1.055 registros (19,8%). 

Os tipos de reclamações mais freqüentes foi a falta de providências sobre o Boletim de Ocorrência (939 situações), e, em segundo lugar, a recusa em registrar o Boletim de Ocorrência (925).


Perfil das mulheres e dos agressores

Segundo o levantamento, 47% das usuárias dos serviços possuem nível fundamental de escolaridade, 51,7% têm entre 20 e 35 anos, e 58,3% se declaram pardas ou pretas.

Os números apontam que em 72,1% dos casos, os agressores são maridos, companheiros ou ex-companheiros. De acordo com os atendimentos, 58,1% das vítimas são agredidas diariamente, enquanto 38% relatam sofrerem violência desde o início da relação. Outras 71,5% das vítimas moram com o agressor e 65,5% convivem com o agressor há mais de dez anos.

Em 51,3% dos casos, a mulher diz correr risco de morte. Os filhos presenciam ou sofrem violência junto com a mãe em 84,2% das situações. 


Fonte:
Secretaria de Políticas para as Mulheres

 

25/02/2011 13:11


Artigos Relacionados


Central de Atendimento à Mulher é regulamentada por Decreto

Central de Atendimento à Mulher recebeu 145 mil ligações até março

Em uma semana, Central de Atendimento à Mulher registra 58 denúncias de tráfico

Central de Atendimento à mulher traça perfil de denúncias das brasileiras no exterior

São Paulo não investe no atendimento à mulher atingida pela violência, diz Marta Suplicy

PIB cresce 7,5% em 2010