CABRAL ALERTA PARA INGERÊNCIA DE GRUPOS ECONÔMICOS NA AMAZÔNIA



A intervenção de grupos economicamente fortes está impedindo o desenvolvimento da região amazônica, segundo afirmou nesta terça-feira (dia 29) o senador Bernardo Cabral (PFL-AM). O senador disse que desde a queda do muro de Berlim a dicotomia entre socialismo e capitalismo cedeu lugar às forças econômicas, que hoje podem decidir sobre a soberania do país.
Cabral informou ao plenário sua participação, no último dia 25, no seminário Amazônia - O nosso desafio é desenvolvê-la, promovido pela Central Social-Democracia Sindical, com o objetivo de discutir o desenvolvimento sustentável da região. A solenidade contou com a participação, entre outros, do presidente da central, Enilson Simões de Moura (Alemão) e do governador do Amazonas, Amazonino Mendes.
Em sua palestra, que teve o título A ocupação da Amazônia: a ameaça da invasão estrangeira, Cabral disse ter salientado que a região "é o maior banco genético do mundo". Ele informou que é sabido, nos meios farmacêuticos, que 40% dos remédios se originam das riquezas naturais brasileiras, o que leva ao interesse de grupos externos na região. Cabral citou reportagens de jornais locais sobre o tema, incluindo afirmações suas de que para solucionar o problema da pressão econômica na ocupação da Amazônia é preciso incentivar o pacto Amazônico e o aproveitamento racional de recursos.
Em aparte, o senador Ney Suassuna (PMDB-PB) disse que o Brasil deve ficar atento para o que ocorrer na região, porque sua biodiversidade é um patrimônio imenso. O senador Mozarildo Cavalcanti (PFL-RR) protestou contra a política do governo em Roraima, afirmando que devido à criação de reservas ecológicas, hoje menos de 19% do território do estado é destinado a áreas produtivas.
O senador Gilberto Mestrinho (PMDB-AM) protestou contra a ação do grupo ecológico Greenpeace, afirmando que "nem nome brasileiro tem e é recebido nos escalões do governo e até no Senado". O senador Amir Lando (PMDB-RO) reconheceu que hoje existe "uma pressão brutal para a desocupação da Amazônia", enquanto o senador Romeu Tuma (PFL-SP) disse que "não se pode permitir que a nossa soberania seja machucada".

29/02/2000

Agência Senado


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