CABRAL: ÀS VÉSPERAS DA CONFERÊNCIA DO CLIMA, POUCO SE FEZ DESDE A RIO-92



O senador Bernardo Cabral (PFL-AM) lamentou hoje (dia 30),em plenário, que às vésperas da conferência mundial sobre o clima, programada para dezembro, na cidade japonesa de Kyoto, os países que participaram da Eco-92, no Rio de Janeiro, ainda não tenham chegado sequer a um consenso sobre que gases poluentes devem ter a produção limitada. Esses países têm propostas muito diferentes sobre a redução que deve acontecer na emissão de poluentes.

- A União Européia propõe a redução de 15% na emissão de poluentes até o ano 2010, de maneira linear, o que é recusado pelos EUA, Canadá, Austrália, Japão e até mesmo os estados árabes, sem falar nos países em desenvolvimento que teriam sua industrialização sufocada, entre eles o Brasil - disse.

Bernardo Cabral observou que as divergências são tamanhas que até o presidente Bill Clinton manifestou em sua recente visita ao Brasil, em conversa reservada com o presidente Fernando Henrique Cardoso, uma posição diferente dos empresários norte-americanos. De positivo, conforme o senador, há a consciência em todo o mundo de que alguma coisa tem de ser feita para conter a emissão de gases na atmosfera e, por conseqüência, do efeito estufa.

Na Eco-92, lembrou Cabral, os países industrializados se comprometeram a não ultrapassar os níveis de poluição da atmosfera existentes em 1990. "Apenas a Alemanha e a Inglaterra realmente modificaram suas matrizes energéticas e reduziram suas emissões poluentes de 1990 para cá", informou o senador pelo Amazonas.

Os países não tomam medidas efetivas e nem chegam a consenso porque "os interesses envolvidos são inimagináveis", segundo Bernardo Cabral. A limitação de poluentes implica mudanças profundas nos fatores de produção, "obrigando o homem a repensar os métodos de geração de riquezas, com conseqüências diferenciadas em cada continente e país do planeta".

Apesar das dificuldades, o senador espera que em Kyoto os chefes de governo evitem "a chamada marcha da insensatez" e encontrem soluções para que sejam mantidas as condições de vida na terra.



30/10/1997

Agência Senado


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