CABRAL FAZ SAUDAÇÃO AO PRESIDENTE DE ISRAEL



Primeiro orador da homenagem prestada pelo Senado aos 50 anos de criação do Estado de Israel, o senador Bernardo Cabral (PFL-AM) dirigiu-se especialmente ao presidente daquele país, definindo-o como "um ativo batalhador pela paz e pelo compromisso, amigo pessoal de líderes árabes em vários países vizinhos".

"É na pessoa de Ezer Weizmann, seu presidente, que saudamos o Estado de Israel na comemoração dos 50 anos de sua fundação. Shalom", saudou o senador em seu pronunciamento. Cabral lembrou que foi no dia 14 de maio de 1948, em meio a grande turbulência política, que um comitê provisório dirigente judaico, reunido em Tel-Aviv, proclamou a fundação de Israel.

Este meio século de fundação do Estado foi mencionado por ele como de grande significado para os judeus - "um povo antigo, criativo e sofrido que, com o surgimento de Israel, se soube renovar tão espetacularmente, obtendo marcantes sucessos nas mais diversas áreas da atividade humana e do progresso social". Conforme Cabral, a data é de grande significado também para os admiradores desse povo, bem como para todos aqueles que aspiram avançar cada vez mais nas conquistas da civilização.

Ele fez um resumo da história judaica, remontando a 1.200 antes de Cristo, quando o povo judeu habitou sua terra ancestral. Disse que esse povo trouxe uma contribuição que afetaria toda a história da humanidade - "o monoteísmo, a crença num Deus único, criador do universo, que mantém uma relação especial com os seres humanos".

Em seu discurso, Cabral também afirmou que foi no ano 300 antes de Cristo que a sinagoga começou a firmar-se como centro da vida espiritual das comunidades, guiadas pelos rabinos. Ele explicou que foi a ascendência gradual da sinagoga que possibilitou, quando da dispersão dos judeus pelo mundo, que esse povo mantivesse a fé e a coesão. "A sinagoga claramente foi a inspiradora da igreja cristã e da mesquita muçulmana", acrescentou o senador.

Sobre anti-semitismo, ele disse que, apesar de suas raízes no antijudaísmo feudal, esse sentimento não se manifestou como fenômeno religioso, mas político, "preenchendo a fraqueza que têm vários seres humanos de discriminar e odiar". O senador mencionou a histórica Assembléia Geral das Nações Unidas, presidida por Osvaldo Aranha, quando foi decidida a partilha da Palestina em dois Estados - o judeu e o árabe-palestino. Também lembrou que o primeiro presidente de Israel foi Chaim Weizmann, exatamente o tio do atual presidente, Ezer Weizmann - "um homem nascido em Israel e símbolo do renascimento de um povo".

30/04/1998

Agência Senado


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