CABRAL PROTESTA CONTRA BANALIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA



O cenário de banalização da violência e crise na segurança pública no Brasil preocupam o senador Bernardo Cabral (PFL-AM), que protestou em Plenário, nesta sexta-feira (dia 24), contra a rotina da "morte pela morte". Segundo Cabral, a atenção dos marginais se desviou do produto do roubo para a prática do homicídio. "Só quem perdeu um parente para a violência pode falar sobre o assunto com conhecimento de causa", afirmou, com a autoridade de quem teve um irmão assassinado aos 27 anos.

Embora costume-se creditar atos de violência à fome ou ao desemprego, Bernardo Cabral diz que suas raízes estão na nossa realidade de profunda injustiça social. O parlamentar recorre à Constituição Federal para lembrar que a segurança pública é dever do Estado, mas também responsabilidade de toda a sociedade. "Essa responsabilidade passa a ser nossa quando nos omitimos e adotamos apenas uma atitude contemplativa", declarou.

A situação se agrava, na opinião de Cabral, quando a população passa a desacreditar nas autoridades e instituições que deveriam zelar pela seriedade nas áreas de segurança e justiça. A partir daí, o senador constata um duro golpe contra a eficiência no combate à criminalidade, o que leva a sociedade a conviver com a violência com se fosse uma coisa natural.

"Quem se acocora diante da violência é tão culpado quanto aqueles que militam no crime", desabafou Cabral. A liderança do Brasil no ranking mundial de violência e insegurança inviabiliza, de acordo com o senador, quaisquer tentativas de desenvolvimento econômico e superação de injustiças sociais. O potencial turístico de áreas como o litoral nordestino, a floresta amazônica e o Pantanal matogrossensse, por exemplo, estaria perdendo a atratividade pela ameaça ao direito de ir e vir dos turistas.

24/11/2000

Agência Senado


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