CAE e comissão especial da crise poderão trabalhar de forma integrada



O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), defendeu nesta terça-feira (10) que a Comissão de Acompanhamento da Crise Financeira e da Empregabilidade, criada este ano pelo presidente do Senado, José Sarney, trabalhe de forma integrada com o colegiado que preside. Para ele, nada impede que os membros da CAE também aprofundem os debates e proponham saídas concretas para a crise, a exemplo do que vai ocorrer coma comissão especial.

Garibaldi Alves informou que pediu a Sarney que avaliasse se a comissão especial seria o palco adequado para debater a crise. E fez crer a ele que o plenário próprio para o aprofundamento dos debates seria a CAE, até porque, conforme informou, dos cinco componentes da comissão especial, quatro pertencem à CAE. São eles: Aloizio Mercadante (PT-SP),Tasso Jereissati (PSDB-CE), Francisco Dornelles (PP-RJ) e Pedro Simon (PMDB-RS). Apenas o senador Marco Maciel (DEM-PE) não faz parte da CAE. Ele pertence à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

Fato consumado

Em resposta, Garibaldi ouviu de Sarney que a comissão da crise "já era um fato consumado", e que já havia marcado, inclusive, a sua primeira reunião para esta quinta-feira (12). Entre os temas a serem debatidos, estão as altas taxas de juros praticadas no mercado brasileiro e o spread bancário - diferença entre os custos da captação e de aplicação cobrados pelo sistema bancário.

O vice-presidenteda CAE, senador Delcídio Amaral (PT-MS), também não concorda com a possibilidade de o colegiado ficar de fora dos debates da crise financeira. A seu ver, as discussões teriam que ser aprofundadas no âmbito da CAE, e não em comissão especial. Delcídio disse que a escolha dos cinco senadores, "já chamados de notáveis", e que integram a comissão da crise, "pode abrir uma brecha nada salutar para que a Casa tenha senadores de primeira e segunda classe, o que não é bom para os trabalhos do Senado".

- Os membros da CAE podem fazer muito mais do que a comissão dos notáveis -resumiu Delcídio Amaral.

Os debates surgiram após o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) estranhar a criação da comissão especial, apesar de, no final do ano passado, conforme recordou, a CAE ter aprovado proposta criando uma subcomissão, no âmbito do colegiado, para debater a crise e o desemprego.

Para Crivella, a CAE é o palco próprio para assuntos econômicos e financeiros, e a comissão especial tem de tudo para esvaziar os debates no colegiado sobre o tema. O senador César Borges (PR-BA) propôs que os membros da CAE participem da reunião da comissão especial, marcada para a próxima quinta-feira.



10/03/2009

Agência Senado


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