CAE VOTA NESTA QUARTA O ACORDO FINANCEIRO DO BRASIL COM ORGANISMOS INTERNACIONAIS



A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) vota nesta quarta-feira (dia 9), às 10h, o parecer do senador José Roberto Arruda (PSDB-DF) favorável ao Acordo do Brasil com o FMI e demais organismos internacionais. O presidente da comissão, senador Pedro Piva (PSDB-SP), tentou colocar o projeto em votação logo após a argüição ao ministro Pedro Malan, mas o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) pediu vistas, alegando ser a documentação extensa demais, necessitando de tempo para seu exame. Para Arruda, é fundamental destacar que se trata de um programa de apoio financeiro da comunidade internacional ao Brasil "de natureza preventiva", ou seja, o governo brasileiro usará os recursos se, e quando, for necessário. "Os empréstimos obtidos visam a recompor as reservas internacionais, o que ampliará a capacidade de defesa do governo a eventuais movimentos de ataque especulativo. Este reforço também contribuirá para a redução dos juros internos", garantiu. Arruda assegurou que a redução mais rápida dos juros internos terá um papel decisivo na retomada do processo de desenvolvimento do país e na geração de empregos. "Assim, o governo poderá enfrentar, de forma mais rápida, o desafio da redução da pobreza e das desigualdades sociais", disse. Ele lembrou que os recursos oriundos do acordo, da ordem de US$ 41,5 bilhões, serão disponibilizados através do Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco de Compensações Internacionais (BIS), Banco do Japão (BOJ), Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento (Bird) e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). "Aprovado o acordo pelo Senado, o governo poderá sacar imediatamente a primeira parcela, gesto importante para demonstrar à comunidade financeira internacional que os recursos estão mesmo disponíveis", destacou. O governo enviou toda a documentação relativa aos acordos e, por isso, Arruda insistiu na votação imediata do projeto de resolução. Mas o senador Suplicy fez questão de pedir vistas. O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, presente a quase toda a sessão de argüição de Malan, argumentou se tratar de um preceito regimental legítimo. Para demostrar o apreço do governo pelo Senado, Arruda aproveitou uma sugestão do senador Esperidião Amin (PPB-SC) obrigando o governo a enviar, trimestralmente, à Casa o demonstrativo do cumprimento das metas indicativos e critérios de desempenho relativos ao Programa de Apoio Financeiro que o Brasil assinou com o FMI e outros organismos internacionais.

08/12/1998

Agência Senado


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