Cai número de brasileiros que tentam a sorte nos países desenvolvidos, diz OCDE



O fluxo de entrada de imigrantes brasileiros em situação legal nos países desenvolvidos que integram a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) caiu quase pela metade de 2006 para 2009, ano marcado por grave recessão nas economias ricas. A entrada de imigrantes brasileiros nos países da OCDE, que foi de 100 mil pessoas em 2005 e 2006, atingiu o pico de 101,8 mil em 2007 e caiu para 81,7 mil em 2008 e 53,5 mil em 2009. O número inclui pessoas que foram trabalhar ou estudar nos países que fazem parte do grupo. As informações são da BBC Brasil.

O economista da OCDE Jean-Christophe Dumont, que ajudou na elaboração do estudo Perspectivas das Migrações Internacionais divulgado nesta terça-feira (12), detalhou os movimentos envolvendo a comunidade. "A queda no número de brasileiros, que entram de maneira temporária ou permanente, se deve sobretudo à diminuição da imigração para a Espanha e o Japão", disse.

No Japão, o total de brasileiros que ingressaram de maneira legal no país despencou de mais de 30 mil em 2006 para pouco mais de 3 mil em 2009. Em abril de 2009, as autoridades japonesas lançaram um programa de retorno voluntário para os imigrantes desempregados descendentes de japoneses oferecendo ajuda financeira para voltar ao país de origem.

De acordo com o estudo da OCDE, os brasileiros representaram quase totalidade (93%) das 22 mil pessoas que utilizaram esse incentivo de retorno voluntário. O número de brasileiros que moram em território japonês diminuiu mais de 14%  em 2009 em razão da "rarefação do trabalho", diz o relatório.

Na Espanha, a queda do fluxo de imigrantes brasileiros também foi brutal em 2009 na comparação com os anos anteriores. O número, que havia ultrapassado 35 mil em 2007, caiu para 15 mil em 2009.

Nos Estados Unidos, a queda no fluxo de entrada de imigrantes brasileiros em situação legal ocorreu antes de 2009. A queda se concentrou no período de 2007 a 2008, quando começou a crise financeira mundial, e chegou a aumentar ligeiramente em 2009, se situando nos mesmos patamares de 2007, de cerca de 15 mil pessoas.

Em Portugal, onde os brasileiros representam a maior nacionalidade estrangeira residente (26% da população imigrante total), o fluxo de entrada de brasileiros também já vinha caindo desde 2007 e ficou abaixo de 5 mil pessoas em 2008 e 2009. No entanto, os imigrantes brasileiros, que representavam mais de 20% do total de entradas de estrangeiros em Portugal entre 2001 e 2008, passaram para menos de 10% desse fluxo em 2009.

Segundo o relatório, o número de entradas de imigrantes originários da América do Sul nos países da OCDE caiu 36% em 2009 na comparação com 2007 (de 511 mil para 327 mil pessoas), em razão da crise econômica na Espanha, principal destino das populações sul-americanas.


Fonte:
Agência Brasil



12/07/2011 17:41


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