Câmara Cascudo, o narrador do folclore brasileiro



Até que ponto a afirmação feita por Mário de Andrade, em 1928, de que "brasileiro não tem caráter porque não possui nem civilização própria, nem consciência tradicional", teria servido de "deixa" e despertado, decididamente, o etnólogo e o antropólogo em Câmara Cascudo, que vinha realizando um trabalho de cunho histórico? Com a morte deste, quando tinha 88 anos, em 1986, se perdeu a oportunidade de ouvi-lo a esse respeito. No entanto, é significativo observar que, tomada em seu conjunto, a obra de Cascudo, sobretudo a que escreveu a partir daquele ano, se distingue, justamente, por revelar à consciência nacional a existência de uma civilização e de uma tradição, próprias, do povo brasileiro.

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A qualidade literária e a originalidade da produção intelectual do potiguar Luís da Câmara Cascudo lhe asseguram um lugar de destaque entre os principais intérpretes do Brasil. Autor de clássicos do pensamento brasileiro como Cinco Livros do Povo, História da Alimentação no Brasil, Vaqueiros e Cantadores e Literatura Oral, Câmara Cascudo é reconhecido como uma dos "pilares da construção da identidade brasileira".

O elo entre o legado do autor de Dicionário do Folclore Brasileiro e o de escritores como Gilberto Freyre (Casa Grande e Senzala), Sérgio Buarque de Holanda (Raízes do Brasil) e Caio Prado Júnior (História da Formação Econômica do Brasil), se evidencia através da preocupação, comum entre eles, em pesquisar e investigar - cada um à sua maneira - os fatores-chave da nacionalidade. Vale destacar o fato de esses autores terem adquirido visibilidade nacional a partir dos anos da década de 1930.

Desde o lançamento do seu primeiro livro - Alma Patrícia -, em 1921, Câmara Cascudo produziu, sem interrupções, até a véspera da sua morte, ocorrida em 1986, deixando uma bibliografia com cerca de 150 títulos. Notabilizou-se como autor de estudos etnográficos que resgatam e comentam a tradição, tomando como referência os costumes, os mitos, as lendas, o pensar do povo."O povo", que no dizer do escritor, "guarda e defende sua Ciência Tradicional, secular patrimônio onde há elementos de todas as idades e paragens do mundo".

"Queria saber a história de todas as coisas do campo e da cidade. (...) Convivência dos humildes, sábios, analfabetos, sabedores dos segredos do Mar, das Estrelas, dos morros silenciosos. Assombrações. Mistérios. Jamais abandonei o caminho que leva ao encantamento do passado. (...) Tudo tem uma história digna de ressurreição e de simpatia", afirma o autor de Civilização e Cultura, indicando, desse modo, a relação decisiva entre a curiosidade que o motivava e a multiplicidade das áreas do Saber em que atuou.

Sua prolífica obra se distribui em campos tão distintos quanto os da história, da etnografia, da antropologia, da literatura, da crítica literária, da cultura popular, da religião, da geografia e, principalmente, do folclore. O historiador Marcos Silva, organizador do Dicionário Crítico Câmara Cascudo, observa que, ao interpretar a História do Brasil, Câmara Cascudo valoriza a tradição e a continuidade milenares, com um olhar nostálgico pelo desaparecimento de tradições - como já se verificara no Gilberto Freyre de Casa Grande e Senzala - e pela busca de novas alternativas para a sociedade brasileira.

Suas pesquisas no campo do folclore e da cultura popular, tomando como referências o cotidiano de alimentação, moradia e vestuário, os rituais de nascimento e morte, as identidades de genro e faixa etária, a oralidade, os gestos, as lembranças e comemorações identificam "dimensões de sociabilidade do homem comum brasileiro", avalia Marcos Silva.

Soma-se, ao valor de mérito da sua produção, a qualidade do estilo com que Câmara Cascudo escreveu seus livros. Seja qual for o tema estudado, observa Constância Lima Duarte, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o texto cascudiano prima por ser também literário. "O escritor norte-rio-grandense desenvolveu ao longo de sua produtiva vida intelectual um estilo muito próprio, cujo ponto alto é justamente uma especial habilidade no trato com a linguagem, que resulta sempre em um texto sedutor, leve e singular, pontuado de imagens e de expressões poéticas que encantam o leitor e aliviam com muita sensibilidade a aridez da informação documental", ressalta Constância Duarte.

Restrições

Cascudo teve infância de filho único de pais ricos. Sua criação foi marcada pelo excesso de zelo dos seus pais, temerosos de que o filho tivesse o mesmo fim dos seus dois irmãos (Maria Octávia e Antônio Haroldo), que morreram vítimas de difteria, ainda na primeira infância, na cidade de Caicó, região do Seridó potiguar, onde o pai era delegado de polícia.

"Fui menino magro, pálido, enfermiço. Cercado de dietas e restrições clínicas. Proibiram-me movimentação na lúdica infantil. Não corria. Não saltava. Não brigava. Nunca pisei na areia nem andei descalço. Jamais subi a uma árvore. Cuidado com fruta quente, sereno, vento encanado! Brincava com meninas. Um quarto cheio de brinquedos para exercícios sedentários, tudo rodando no solo ou em cima de uma mesa de mármore, que ainda possuo. Aprendi a ler quase sozinho, aos seis anos, graças ao "Tico-Tico", proezas de Chiquinho e Jagunço, Juquinha e Gibi, solfejando as cançonetas de Eustórgio Wanderley, que conheceria no Instituto Arqueológico Pernambucano, emocionando-o porque cantava muitas".

Em O tempo e Eu, Cascudo fornece preciosas informações sobre sua iniciação escolar, revelando fatos que o marcaram, favoravelmente e, posteriormente, o levaram a ter a figura do professor na mais alta conta.

"Minha primeira professora foi dona Totônia Cerqueira, magra, imperiosa, serena, voz seca, adivinhando métodos intuitivos, mas carinhosa e acolhedora de convívio. Aprendi com ela os fundamentos inabaláveis de tudo quanto sei. No fim de ano, amarrou-me uma fitinha azul no braço, declarando-me aprovado no curso adorável onde fui o único aluno. Todas as comendas e condecorações posteriormente recebidas não tiveram a significação jubilosa daquela fitinha azul. Alguns dias andei com ela no braço, exibindo-a como um troféu. Minha primeira alegria pública".

A propósito, quando já estava aposentado do magistério, em entrevista concedida à jornalista Lena Frias para o Caderno B do Jornal do Brasil, Câmara Cascudo surpreendeu a repórter ao afirmar: "Sabe, Faisquinha - apelido que ele dera à repórter - o que sou mesmo é um velho professor".

"Na juventude", relata sua filha Anna Maria, "mamãe me disse que ele usava polainas, plastrom... Era o rapaz mais bem vestido de Natal, o único a ter um Chevrolet naquela cidade de 30 mil habitantes. Tinha olhos maravilhosos, e as mulheres o adoravam... Puxa! Como ele dançava bem Charleston..."

Mas, já em 1921, aos 23 anos, Cascudo precisa trabalhar para sobreviver, e começa a lecionar (História) no Atheneu norte-rio-grandense. Depois que se tornou conhecido nacionalmente, através dos seus livros, Câmara Cascudo recebia em sua casa políticos renomados como Juscelino Kubitschek e músicos como Villa-Lobos. Porém, esclarecem as testemunhas, ele tratava os figurões com a mesma cordialidade dispensada aos amigos e companheiros das ruas boêmias de Natal, inclusive algumas moças nem tão bem faladas pela chamada elite local.

"Não se assombre. Em N atal, eu sou o único pecador profissional. Os outros são amadores", gostava de dizer com sua voz cantada.

Estudioso da obra do conterrâneo, Diógenes da Cunha Lima ressalta que Luís da Câmara Cascudo tinha, acima de tudo, "o dom da prosa animada, viva, cintilante, com a faculdade rara de espalhar bom humor e irradiar simpatia". Cascudo, acrescenta Diógenes, se confundia com a sua cidade Natal, "onde era amigo de todos, do mais humilde pescador das Rocas ao governador do estado".

Ensinamentos

De acordo com a pesquisadora Constância Lima Duarte, Henrique Castraciano e Mário de Andrade são os dois nomes cuja importância na formação de Cascudo é realçada pelo próprio. Do primeiro, diz ela, recebeu a orientação de leituras, a experiência de viagem, o respeito pela sabedoria popular e ensinamentos preciosos sobre as qualidades do pesquisador que se resumiriam, segundo Cascudo, em seriedade, humildade e muita introspecção. Do segundo, além do reforço de tais princípios, a pesquisadora destaca que Cascudo "recebeu o incentivo para realizar pesquisas etnográficas e folclóricas, e a necessária apresentação em alguns círculos intelectuais do sul do país".

Contudo, ainda perdura a polêmica sobre se foi ou não a célebre carta de Mário de Andrade que teria persuadido Câmara Cascudo a reorientar seu trabalho e o estimulado a adotar o universo do folclore e da cultura popular como metas prioritárias. Autor de Câmara Cascudo - um Homem Chamado Brasil, o escritor Gildson Oliveira relata que Mário de Andrade, em longa carta, critica a orientação que o jovem escritor rio-grandense-do-norte escolhera para seu trabalho, advertindo-o sobre qual a importância de ele se dedicar a escrever plaquetas a respeito de paróquias do interior e perfis biográficos. "Cascudo", diz Mário de Andrade nesta famosa carta, "veja o que se passa diante de você, a cultura brasileira desfila na sua calçada, olhe para as ruas e as coisas!" Depois dessa carta, Oliveira afirma que "a reviravolta veio rápida e fulminante".

Para o jornalista Vicente Serejo, estudioso da obra de Cascudo, "a gênese desse Câmara Cascudo estudioso da cultura popular está na carta que Mário de Andrade lhe escreve em junho de 1937, instigando-o a mudar a direção de seu trabalho, até então caracterizado por biografias de Solano López, Conde D"Eu, coisas assim...". Em certo trecho da carta que Serejo considera como "um puxão de orelhas carinhoso", Mário de Andrade diz: "Minha convicção é que você vale muito mais que o que já produziu", e critica o trabalho feito por Cascudo até então, que considera ter dois erros: o desprezo da medida e a falta de paciência.

A professora Vânia Gico, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, cita datas ao divergir dos que afirmam que Câmara Cascudo só escreveu sobre folclore depois que conheceu Mário de Andrade."Já em 1921 o estudioso tinha escrito o artigo "O aboiador", no qual ele falava do mundo arcaico que resistia nas fazendas de gado do sertão". Outra informação esclarecedora, prossegue a professora, está no Instituto de Estudos Brasileiros, em São Paulo, onde se encontra catalogada a correspondência entre Mário e Cascudo. "A correspondência atesta que o livro Vaqueiros e Cantadores, embora tenha sido publicado em 1939, começou a ser escrito em 1921", observa Vânia.

O próprio Câmara Cascudo, em depoimento ao jornalista Pedro Bloch, publicado em 1956 na revista Manchete, aborda a questão da influência de Mário de Andrade sobre os rumos do seu trabalho: "Eu não achava graça no que se escrevia por aqui", declarou Cascudo. "Era tudo na base do "alto gabarito". Eu achava graça mais era no trivial cotidiano. Comecei a fazer rodapés, "ronda da noite", acompanhava a cavalo a ronda policial e ia descrever o que via, pileques e prostitutas, brigas e trapaças. O escândalo maior era ser feito por um menino rico. Depois, vieram naturalmente coisas como a Festa dos Reis Magos. Tanta coisa que Mário de Andrade não podia compreender. Pensava que eu tinha sido levado à cultura popular pela erudição. Mentira! A cultura popular é que me levou a esta. Por esta sala já passaram Juscelino e Villa-Lobos, vários presidentes, mas aqui também vieram Jararaca e Ratinho...".

Claudia Márcia Ferreira, ex-coordenadora do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, lembra que, além de Mário de Andrade, Cascudo "manteve intensa correspondência" com Carlos Drummond de Andrade, Cassiano Ricardo, Edison Carneiro, Manuel Bandeira, Monteiro Lobato, Gilberto Freyre e Renato Almeida. Entre os folcloristas estrangeiros, correspondeu-se com Castillo de Lucas (Espanha), Félix Coluccio (Argentina), Pires de Lima (Portugal) e Smith Thompson (EUA).

O livro Cartas de Mário de Andrade a Luís da Câmara Cascudo registra, parcialmente, a correspondência que os dois mantiveram entre 1924 até o final dos anos de 1930. É durante este período, entre dezembro de 1928 a janeiro de 1929, que Mário de Andrade passa uma temporada em Natal, comparecendo freqüentemente à casa do potiguar.

"Mário de Andrade tomou contato com Cascudo por intermédio do poeta pernambucano Joaquim Inojosa, que lhe mandou o recorte de um artigo do folclorista. A partir de então se iniciou a correspondência e amizade entre os dois. Mário viajou pelo interior de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, recuperando histórias e danças populares. Cascudo fará infinitas viagens por esses sertões, operando no universo brasileiro como "documentador, descobridor, recuperador e registrador dessa cultura", define o pesquisador Vicente Serejo.

Política e críticas

Por conseqüência das opções teóricas e políticas que adotou, observam estudiosos da sua obra, ele sofreu um patrulhamento da esquerda. Além de católico fervoroso, na juventude Câmara Cascudo foi monarquista e, na década de 1930, chefiou o Partido Integralista no Rio Grande do Norte. Com a eclosão da 2ª Guerra Mundial, porém, vieram o desencanto e a decepção que o levaram a queimar a camisa verde (integralista) juntamente com os livros que tinha em sua biblioteca.

Na avaliação do historiador Marcos Silva, porém, "não se conhece conjunto de estudos similar ao de Cascudo desenvolvido por outros monarquistas, integralistas e simpatizantes das ditaduras estado-novista e militar; ele dialogava com algumas tradições brasileiras no estudo da cultura popular que não se confundiam automaticamente com aquele espectro político - Sílvio Romero, Euclides da Cunha, Capistrano de Abreu, Mário de Andrade".

A acusação de "falta de rigor" é uma crítica constante dos que não consideram Câmara Cascudo um verdadeiro cientista. Mas, para a professora Vânia Gico, esses críticos não levam em conta as circunstâncias do momento histórico e cultural em que se deram as pesquisas realizadas por Cascudo. "No começo do século", diz ela, "havia uma preocupação com o registro documental do folclore brasileiro, como forma de preservar nossa identidade nacional. Era esse exatamente o interesse de Câmara Cascudo. Ele anotava a data dos acontecimentos, nascimentos, mortes, em cadernetas. Depois disso recorria à memória, à mente, às vezes só confirmava alguma data. Ele realmente não estava interessado no referencial teórico."

Nesse aspecto, o depoimento de Diógenes da Cunha Lima vai ao encontro do que pensa a professora Vânia Gico: "Sou testemunha de que Cascudo não fazia concessões quando trabalhava. Sempre registrou com total fidelidade o que viu e ouviu. Desconfiava da interpretação apressada e imaginária. Sabia que, quando se cava um poço, a primeira água sai barrenta".

Para onde vai a tradição?

O folclore está se fundindo na cultura de massa? A sociedade está sendo formada por uma só cultura? Ou será que o folclore é fruto da estratificação so cial e da desigualdade na difusão das conquistas culturais da humanidade?, pergunta o professor Sebastião Geraldo Breguêz, da Universidade Vale do Rio Doce (Univale), refletindo as apreensões geradas pelas mudanças nas condições da vida material das sociedades contemporâneas, produzidas pelo desenvolvimento industrial e tecnológico.

Desde 1957, o teórico de comunicação social Marshall McLuhan se referia a um folclore de laboratório. A própria cultura contemporânea - de acordo com McLuhan - seria totalmente uma cultura de laboratório, programada por técnicos da publicidade, do rádio, da televisão, do cinema, do jornal, da universidade, dos departamentos de psicologia social. O antropólogo Roger Bastide adverte, por sua vez, que o folclore está morrendo justamente no momento em que se tornou ciência no Ocidente.

Nas comemorações dos cem anos de Câmara Cascudo, em 1998, intelectuais, artistas e políticos defenderam a importância de uma retomada e da ampliação dos debates em torno da sua obra, esgotada em grande parte nas editoras que a lançaram originalmente. Decorridos dez anos, essas recomendações não perderam a validade. Pelo contrário. Principalmente se for levado em conta que, nesse período, a tendência do atual processo de globalização econômica, associado à presença da mídia em todo planeta, prenunciam um modelo cultural homogêneo e hegemônico.

Não se trata de procurar contrapor o pensamento de Cascudo, lastreado no valor da tradição, às transformações vertiginosas que neste início de século descartaram antigos padrões de comportamento, tanto urbanos quanto rurais. Mesmo porque, como etnólogo, ele sempre orientou seus estudos e pesquisas a partir da premissa de que a cultura popular acompanha a evolução histórica do país. E o fez não apenas catalogando e registrando esse vasto material, mas também interpretando os próprios fatos históricos.

No entanto, cabe a pergunta: o que será que esse que foi um dos mais importantes estudiosos da cultura popular no século 20 teria a dizer, por exemplo, quanto à repercussão sobre práticas folclóricas do homem do campo, agora deslocado, por força das novas conjunturas, para a periferia das grandes cidades? Qual será o destino do reisado, do bumba-meu-boi e de outras tantas manifestações, diante dos efeitos da mecanização da agricultura, cujos resultados econômicos são indiscutíveis mas que também dispensa grandes contingentes de trabalhadores rurais dos trabalhos agrícolas?

Descuido

Em se tratando de cultura popular, Luís da Câmara Cascudo e o escritor Mário de Andrade ocupam lugar de destaque para a maioria dos brasileiros letrados. Porém, enquanto a biblioteca e as cartas do autor de Macunaíma se encontram, hoje, protegidas e conservadas em um instituto da Universidade de São Paulo (USP) - os livros de Mário de Andrade continuam merecendo novas edições e cresce, a cada ano, o número de teses sobre sua obra -, o legado de Câmara Cascudo se encontra, por enquanto, negligenciado. Até recentemente, da centena e meia de livros que publicou, menos de dez estavam em catálogo e sua obra foi ignorada por um longo período pelos currículos das universidades.

A civilização e a cultura na visão de Câmara Cascudo

"Também não posso confundir a Civilização com a Cultura e esquecer-me da existência daquele vocábulo. Compreendo Civilização como o conjunto das culturas, dando-lhes caráter, coloração, a peculiaridade do nacional. Civilização é todo e Cultura é parte: a parte sem o espírito-do-todo. No tempo e no espaço. Cultura geral de um país é a sua Civilização. É um órgão indispensável no corpo, mas não é o corpo e menos o espírito unificador orgânico. Civilização não se exporta, arrenda, empresta, compra, imita, essa é a característica das culturas. A cultura emigra e a Civilização é sedentária, estática quanto à permanência do âmbito sócio-geográfico".

Jorge Frederico / Agência Senado



10/12/2008

Agência Senado


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