Camata cobra 'erros da Petrobras' em investimentos na América do Sul



Em pronunciamento nesta quarta-feira (8), o senador Gerson Camata (PMDB-ES) cobrou duramente da Petrobras os erros relativos a investimentos na Bolívia, Argentina e Equador. Referindo-se especificamente à área internacional da companhia, o senador anunciou que vai fazer um ofício ao Tribunal de Contas da União requerendo a apuração de quem mandou investir e do quanto se investiu, de modo a punir os responsáveis pela perda de recursos.

- Estão jogando dinheiro do cidadão brasileiro na lata de lixo de alguns países da América Latina - protestou o senador.

Ele disse lamentar que o Brasil, cujas Forças Armadas são as mais caras e mais bem equipadas da América Latina, não possa usar seu contingente para defender os seus interesses. O senador referiu-se aos episódios de bloqueio das instalações da Petrobras pelo governo boliviano, às ameaças do governo equatoriano de intervir nos poços e usinas da Petrobras e à política argentina contrária aos interesses brasileiros na produção de óleo diesel.

- É inadmissível que o Brasil continue sendo desrespeitado e que cidadãos brasileiros continuem sendo presos por ditadorezinhos situados aqui, vizinhos nossos, que recebem do Brasil todo apoio e toda a condescendência desses atos que praticam contra o Brasil - protestou o senador.

Camata lembrou que, desde 1976, quando ainda era deputado federal, tem feito sucessivos alertas com respeito a investimentos internacionais do Brasil, principalmente na América do Sul. Ele diz ter profetizado, à época do governo Geisel, os problemas que o país enfrentaria com a construção da usina hidrelétrica de Itaipu, em sociedade com o Paraguai, país que não teria entrado com "nenhum centavo" para a obra e hoje quer colocar tropas na usina para forçar a renegociação de preços de energia.

O mesmo ocorreu, segundo o parlamentar, quando, no governo Fernando Henrique Cardoso, foi decidida a construção do gasoduto Brasil-Bolívia, que teria custado US$ 30 bilhões mais US$ 500 milhões de indenização cobrados pelo governo Evo Morales.

- No lugar de perfurar poços aqui, de recolher petróleo aqui, de retirar gás daqui, ficam fazendo essas bobagens. O Espírito Santo não produzia um metro cúbico de gás. Hoje está produzindo quinze milhões de metros cúbicos de gás por dia, metade do que a Bolívia manda, por um custo mil vezes menor - disse Camata.



08/10/2008

Agência Senado


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