Campeã paraolímpica, Zahra Nemati inspira mulheres
Zahra Nemati é, sem dúvida, uma das mulheres mais inspiradoras do esporte mundial. Quando tornou-se a primeira mulher iraniana a conquistar uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos ou Paralímpicos, em Londres 2012, Zahra passou a ser um exemplo no mundo muçulmano – não apenas para atletas com deficiência, mas para as mulheres em geral. Ela também é amplamente reconhecida por quebrar barreiras e incentivar mais mulheres a praticar esportes. No entanto, a modesta Zahra nunca se descreveria desta forma.
“Não me vejo assim. Não pode ser considerada um exemplo ainda”, diz, em entrevista ao site rio2016.com.
“Mas tento fazer o melhor que posso. Queria que ninguém no mundo sentisse frustração, especialmente as mulheres e as pessoas com deficiência. Frustração é uma palavra que não deveria ter espaço nas nossas vidas”.
Uma perspectiva tão positiva certamente ajudou Zahra a superar as barreiras que ela enfrentou. Ela era faixa preta em taekwondo, esporte que começou a praticar aos cinco anos, até sofrer uma lesão medular grave em um acidente de carro em 2008.
“Me senti muito frustrada quando percebi que minhas pernas estavam paralisadas. Mas eu decidi ser forte. Minha frustração e minha deficiência sumiram por causa da minha esperança. Eu disse para mim mesma ‘eu posso’ e esse foi meu ponto de partida. Eu disse adeus ao taekwondo e abri as portas para o tiro com arco. O auge da minha frustração com o taekwondo foi também o começo da minha felicidade com o tiro com arco. Na verdade, as medalhas que eu conquistei no tiro com arco são aquelas que eu sonhei no taekwondo”, explica.
Aos 28 anos, Zahra já ganhou diversas medalhas e quebrou vários recordes, mesmo competindo, e vencendo, atletas sem deficiência. A conquista do ouro e a quebra do recorde Paralímpico no arco recurvo individual da classe W1/W2 nos Jogos de Londres trouxe sua história a público. No ano seguinte, ela recebeu o prêmio Espírito Esportivo da Sport Accord, em reconhecimento à sua contribuição no uso do esporte como ferramenta para uma mudança social positiva. Zahra dedicou o prêmio a “meu povo, mulheres iranianas e todas as muçulmanas”.
Questionada sobre como seu sucesso influencia mais mulheres muçulmanas a praticar esportes, Zahra diz:
“Isso me faz feliz. Tenho muito orgulho e acredito que Deus me ajuda”.
Ela comenta que o apoio de sua família, e especialmente do marido, o arqueiro Roham Shahabipour, são vitais para o seu sucesso. E Zahra claramente entende o papel do esporte na mudança de percepções e na quebra de estereótipos.
“Quando países de reúnem para uma competição, eles introduzem sua cultura através do comportamento, das atitudes e dos sentimentos e também aprendem mais sobre as crenças, ideias e cultura de outros países. Este entendimento mudam totalmente nosso ponto de vista sobre cada país”, encerra.
Fonte:
Rio 2016
06/03/2014 11:37
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