CÂNDIDO NÃO VÊ MOTIVOS PARA COMEMORAR DIA DO IDOSO
- Ao contrário da legislação por ele mesmo proposta, o governo FHC pratica uma política que nos faz lembrar um antigo sucesso do cantor nordestino Genival Lacerda: "Mate o Velho". É uma política de verdadeiro extermínio do idoso que, na opinião do atual governo e da sua fria e tecnocrática equipe econômica, é "um ser improdutivo e descartável" - comparou o senador.
Geraldo Cândido sugeriu que as autoridades brasileiras aprendam com os povos do Oriente a reverenciar a sabedoria e os conhecimentos dos mais velhos, que são venerados e servem de exemplo para as novas gerações. "E é bom lembrar aos mais jovens que o conceito de velhice no mercado de trabalho do Brasil não é dos mais elásticos. Cansamos de observar anúncios de emprego onde um dos pré-requisitos é o limite de até 35 anos. Uma discriminação absolutamente condenável", ressaltou.
Outro exemplo de discriminação apontado pelo senador é a legislação previdenciária que, segundo ele, desrespeita sistematicamente a Constituição. Cândido explicou que o dispositivo constitucional que garante a irredutibilidade do valor dos benefícios mantidos pela Previdência Social não passa de letra morta. De acordo com Cândido, o governo, por ocasião dos reajustes dos benefícios, usa índices que nunca correspondem à perda do poder aquisitivo, que deveria ser preservado em caráter permanente, como determina a Constituição.
Cândido ainda criticou a proposta de reforma da Previdência, a liberalidade com os grandes laboratórios internacionais, a falta de clínicas geriátricas e atendimento ambulatorial, além da proposta encaminhada pelo Ministério da Fazenda ao relator da reforma tributária, deputado Mussa Demes, para instituir a cobrança de Imposto de Renda dos idosos que recebem proventos de fundos de pensão abertos ou fechados. "A proposta é, no mínimo, indecorosa", classificou o senador.
28/09/1999
Agência Senado
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