Capiberibe propõe criação de frente anticorrupção



Ao registrar que o noticiário da imprensa publicado neste final de semana estimou que teriam sido sonegados 10 bilhões de reais do setor de combustíveis do país por uma quadrilha integrada por membros do Executivo, Legislativo e Judiciário, o senador João Capiberibe (PSB-AP) propôs a criação de uma frente anticorrupção pelo Senado para estudar mudanças na legislação que inibam a prática de corrupção no Brasil. - O Senado poderia instituir uma quinzena de combate à corrupção na qual todos os senadores, com a experiência que construíram, pudessem contribuir na formatação de uma lei que surja a partir de uma ampla discussão e que possa matar esse vírus tão danoso que é a corrupção – afirmou João Capiberibe. Além da intensificação do debate sobre formas de combater a corrupção, Capiberibe pediu apoio à projeto de sua autoria que obriga a administração pública a divulgar suas contas na Internet. Registrando que tomou essa medida quando governou o estado do Amapá, ele destacou que uma iniciativa destas serviria para diminuir a desconfiança que os cidadãos têm com o poder público, além de dificultar o desvio ou mau uso do dinheiro do contribuinte. O senador pelo Amapá também falou sobre sua participação no Fórum Cultural Mundial, encerrado neste domingo (4), em São Paulo. Ele disse que participou de uma mesa redonda da qual participaram diversas lideranças indígenas como David Yanomami, Álvaro Tukano, Timóteo Verá, Pirakumã Yawalapiti e Vilmar Martins Moura Guarany. O tema foi “Política e territorialidade – respeito à diversidade”. Capiberibe opinou que os debates realizados no Fórum repercutirão nas políticas culturais do Brasil nos próximos anos. Em solidariedade aos índios, Capiberibe também protestou contra a decisão tomada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) e da Fundação Nacional do Índio (Funai) de proibir que os artesãos indígenas utilizem plumas e ossos de animas na confecção de suas peças de artesanato. Por entender que os índios apenas utilizam as penas, plumas e ossos dos animais que matam para sua alimentação, o senador classificou a determinação de absurda. Os senadores Cristóvam Buarque (PT-DF) e Heloísa Helena (sem partido-AL) elogiaram Capiberibe por ter escolhido a questão indígena como tema integrante do seu pronunciamento. Cristóvam destacou que entre as muitas dívidas que o Brasil tem com a natureza, os pobres, as crianças, os velhos e os negros, a maior de todas é com a população indígena. Já Heloísa comunicou sobre evento do qual participou no último sábado (3) quando o antropólogo Siloé Soares de Amorim apresentou um trabalho sobre cinco povos indígenas que estão ressurgindo no alto sertão alagoano e baiano. O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) também aparteou Capiberibe. Abordando o tema corrupção, ele opinou que se o país conseguisse reduzir 20% do montante que é subtraído todos os anos dos cofres públicos teria recursos suficientes para, por exemplo, apresentar resultados objetivos na legislação que poderiam provocar em poucos anos um grande salto de qualidade, com reflexos no próprio Produto Interno Bruto do país.

05/07/2004

Agência Senado


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