Carlos Patrocínio propõe mutirão para combater miséria
- Reconheço que boa parte do empresariado brasileiro é conservadora e não deseja mudança. Muitos desses empresários perderam a consciência de Brasil e de seus problemas. Enclausuram-se num mundo particular, para o qual adotaram serviços privados de segurança, saúde, educação, transporte, previdência. É como se tivessem criado um estado particular, que funciona quase autonomamente, dissociado do próprio Estado e muito distante de qualquer projeto coletivo de sociedade - disse o senador.
Como exemplo de liderança moderna no mundo dos negócios, Patrocínio apontou o empresário Oded Grajew, criador da Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança, entidade do setor de brinquedos que reúne 2.500 empresas para apoiar projetos que beneficiam mais de um milhão de crianças e adolescentes. O senador citou ainda outra iniciativa do empresário, o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, que tem o objetivo de sensibilizar, mobilizar e ajudar as empresas a adotarem e implementarem práticas e políticas socialmente responsáveis.
Patrocínio apresentou dados do Mapa da Miséria, divulgado recentemente pela Assembléia Geral da ONU, em Genebra, Suíça. Segundo o estudo, 3 bilhões de pessoas vivem na mais absoluta pobreza. "Isso representa nada mais nada menos do que a metade da população mundial. Não há homem - se homem for, no sentido pleno da palavra - que não se sinta impressionado, sensibilizado, abalado, comovido, ao se deparar com tal cifra", afirmou Patrocínio.
O Brasil, assinalou o senador, devido a distribuição de renda, está situado entre os países mais subdesenvolvidos do planeta. "Consta de um estudo do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) que, em 1999, o contigente de pobres brasileiros ganhou a adesão de mais de três milhões de pessoas", revelou.
22/03/2001
Agência Senado
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