CARLOS WILSON DIZ QUE EX-PRESIDENTE DO TRT TEM CONTA NAS ILHAS CAYMAN
Baseado em informações fornecidas pelo Banco Central à CPI do Judiciário, o vice-presidente da comissão, senador Carlos Wilson (PSDB-PE), questionou o ex-presidente do TRT de São Paulo, Nicolau dos Santos Neto, sobre uma conta, em seu nome, nas Ilhas Cayman, com movimentação de US$ 300 milhões. Nicolau Neto negou que exista a conta e disse desconhecer o número 1117, citado por Carlos Wilson, como sendo da suposta conta bancária.- Não existe e nunca existiu o número nem a conta - respondeu Nicolau Neto.Carlos Wilson disse que em 1995, segundo as informações da comissão, Nicolau Neto teve rendimentos de R$ 103 mil no país e depósitos bancários de R$ 291 mil. Em 1996, acrescentou, os rendimentos dele foram de R$ 105 mil e os depósitos bancários de R$ 351 mil. Também foi constatado um crescimento de 262% no Imposto de Renda do ex-presidente do TRT, segundo o senador.Sobre a conta nas Ilhas Cayman, Carlos Wilson informou que no dia 23 de dezembro de 1994 foi feito um depósito de US$ 2 milhões. Nos dias 28 de junho de 1994, 23 de setembro de 1995 e em junho de 1996, foram feitos mais três depósitos, cada um no valor de um milhão de dólares. De 30 de abril de 1997 até recentemente, acrescentou o senador, foram feitos mais dez depósitos nessa conta de até US$ 350 mil.O senador quis saber o salário de Nicolau Neto, e este respondeu que é de R$ 8,8 mil líquidos, admitindo que ainda há valores de aluguéis que recebe mas que não estão declarados no Imposto de Renda. Carlos Wilson disse ainda que as informações que chegam à comissão indicam que houve um adiantamento pago pelo prédio da Junta de Conciliação em São Paulo, no valor de R$ 30 milhões, o que não justifica o atraso no cronograma financeiro, alegado pelo ex-presidente do TRT em seu depoimento.O relator da CPI, senador Paulo Souto (PFL-BA) disse que estava "estarrecido" com esse fato, pois é raro haver um adiantamento desse porte antes do início de uma obra pública. O valor desse adiantamento, segundo observou o relator, já é de R$ 34 milhões, se atualizados.
04/05/1999
Agência Senado
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