Carlos Wilson homenageia Juscelino e destaca atuação do ex-presidente na integração do Nordeste



Ao registrar os 99 anos de nascimento de Juscelino Kubitschek, no último dia 12, o senador Carlos Wilson (PTB-PE) lembrou que o ex-presidente da República foi pioneiro na integração do Nordeste com as demais regiões do Brasil, sendo sua principal iniciativa neste sentido a criação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). Ele destacou as dificuldades que Juscelino teve que superar para vencer as resistências ao projeto, sobretudo por parte dos latifundiários.

- É irresistível comparar o comprometimento das assessorias econômicas, tanto de Getúlio Vargas quanto de JK, com a ideologia do desenvolvimentismo e da redenção do Nordeste em bases permanentes e tecnicamente fundamentadas, com o pífio desempenho da atual equipe econômica, obcecada pela idéia fixa do saneamento das contas federais à custa do saneamento propriamente dito das moradias insalubres dos cidadãos nordestinos - disse Carlos Wilson.

O senador por Pernambuco disse que se Juscelino foi o pai da Sudene, Getúlio Vargas foi o seu ancestral imediato ao transformar, ainda nos anos 30, a Inspetoria Federal de Obras contra as Secas, criada em 1909, no Departamento Nacional de Obras contra as Secas (DNOCS).

Carlos Wilson lamentou que a visão de JK e de Celso Furtado - um dos principais colaboradores na criação da Sudene - tenha sofrido uma derrota com o inicial esvaziamento e a posterior extinção do órgão, ocorrida há poucos meses por meio de medida provisória editada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso.

- Extinto o órgão, continuam vivos os problemas, exatamente como compreendidos pela lucidez do saudoso presidente mineiro - comentou.

Na opinião do senador, o problema do Nordeste não pode ser resumido à falta de água, mas abrange a sua estrutura agrária, a subutilização das terras na zona úmida, a especialização excessiva da indústria do açúcar e a falta de projetos racionais de irrigação. Na sua opinião, é preciso passar de uma política meramente hidráulica para uma política global de recuperação de uma região "cronicamente espoliada por custear, durante décadas, o projeto de industrialização brasileira".

13/09/2001

Agência Senado


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