CAS DISCUTE SOLUÇÕES PARA O MUSEU EMÍLIO GOELDI



A Comissão de Assuntos Sociais (CAS), presidida pelo senador Ademir Andrade (PSB-PA), promoveu audiência pública nesta segunda-feira (dia 7) com o objetivo de buscar alternativas para os cortes orçamentários que atingiram o Museu Paraense Emílio Goeldi. O orçamento do museu para 99 foi cortado de R$ 6 milhões para R$ 2,8 milhões, computados os R$ 500 mil de receita própria gerada através de bilheteria.Ademir Andrade, autor do requerimento de realização da audiência, destacou a importância desse debate e garantiu que os parlamentares da Amazônia estão unidos em torno da defesa do orçamento do Museu Emílio Goeldi e prontos para dar igual apoio ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). "Sem pesquisa, país nenhum vai pra frente", observou. Participaram da audiência os senadores Nabor Júnior (PMDB-AC), Juvêncio Dias (PMDB-PA) e Marina Silva (PT-AC), o presidente do CNPq, José Galizia Tudisi; o diretor em exercício do museu, Peter Mann de Toledo; o diretor de administração da instituição, Elias de Almeida Júnior; e a servidora do museu Vanja Joice Bispo dos Santos. O principal problema apontado pelos palestrantes foi o fato de o Emílio Goeldi não possuir personalidade jurídica própria e seu orçamento estar atrelado ao CNPq, que, por sua vez, está vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Dentre as conseqüências do corte sofrido este ano pelo museu, a mais danosa foi a paralisação do aquário público, o único da Amazônia e o mais antigo do país - inaugurado em 1912 - devido à demissão de 28 estagiários e 11 prestadores de serviço. Espera-se a demissão de outros funcionários mais antigos. Além disso, todos os contratos de terceirização de limpeza, segurança, tratamento de animais e manejo de plantar foram revistos. Também foram paralisadas as atividades do Clube do Pesquisador Mirim, as visitas monitoradas de estudantes e até mesmo a alimentação de animais poderá ser afetada, garante Peter Mann.O senador Nabor Júnior acredita que os problemas financeiros serão solucionados, uma vez que estão englobados na crise geral do país, mas alinha-se aos parlamentares que buscarão junto ao relator-geral da Comissão Mista de Orçamento, senador Ramez Tebet (PMDB-MS), uma possibilidade de restabelecer o orçamento do CNPq. Nabor vê mesmo é a realidade de uma região "esquecida e desprezada" e sem influência na administração pública federal.- É difícil vermos um ministro da Região Norte, um reconhecimento da importância estratégica da região no contexto nacional - disse Nabor, lembrando que ainda dos relatos dos reitores das universidades amazônicas, que mostraram com dados concretos o tratamento que recebem do Ministério da Educação. "As universidades não têm recursos sequer para recuperar pavilhões ou manter hospitais universitários", explicou.

07/12/1998

Agência Senado


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