CAS E CAE DEBATEM TRANSGÊNICOS.EM AUDIÊNCIA PUBÍCA



Apesar de incertezas em relação aos efeitos do desenvolvimento em larga escala de alimentos transgênicos (geneticamente modificados) no Brasil, a nova modalidade de plantas é uma realidade mundial da qual o Brasil dificilmente terá como fugir. Esta foi a opinião manifestada pela maioria dos participantes da audiência pública sobre Agricultura Brasileira e a Biotecnologia, realizada em conjunto, nesta quinta-feira (dia 10), pelas Comissões de Assuntos Sociais (CAS) e de Assuntos Econômicos (CAS) do Senado.Durante a reunião, presidida pelos senadores Osmar Dias (PSDB-PR) e Ney Suassuna (PMDB-PB), respectivamente presidente da CAS e da CAE, foram ouvidos representantes dos Ministérios da Agricultura, da Ciência e Tecnologia e do Meio Ambiente. O ministro Francisco Turra fez uma saudação no início dos debates e deixou em seu lugar, na audiência pública, o presidente da Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa), Alberto Portugal. - O que está inventado não pode ser desinventado - disse ele para defender a tese do bom uso das descobertas científicas a despeito dos riscos que a humanidade corre sempre que avança numa determinada área.Para o presidente da Comissão Nacional Técnica de Biossegurança (CNTBio), Luis Antônio Barreto de Castro, foram feitos profundos estudos para prever as conseqüências dos experimentos com a soja transgênica e da produção do grão em larga escala. "Não há problemas", afirmou Castro. "A comissão assume toda a responsabilidade pelo parecer que liberou o cultivo dessa modalidade de soja", disse.O representante do Ministério do Meio Ambiente, Bráulio Dias, disse que ainda há muito para se estudar sobre as repercussões do cultivo de transgênicos nos ecossistemas de países tropicais como o Brasil. Ele lembrou que o Ministério do Meio Ambiente e outros órgãos ambientais vão fiscalizar com rigor o plantio dessas novas espécies e exigir estudos e relatórios de impacto ambiental dos produtores e fornecedores de insumos como agrotóxicos.Esse último ponto levou o senador Osmar Dias a cobrar dos representantes posição comum e oficial sobre a questão das exigências da fiscalização do meio ambiente, já que a CTNbio tem, por decreto, a prerrogativa de exigir ou não estudos e relatórios ambientais. Bráulio Dias respondeu que as autoridades do meio ambiente continuarão a cumprir com suas responsabilidades, mas levando em conta os pareceres da CTNBio.

10/06/1999

Agência Senado


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