Casagrande quer que o Parlamento trabalhe pelo fim das barreiras tarifárias ao etanol



Ao prestar contas de sua viagem a Berlim, onde participou do Fórum de Legisladores (que antecedeu à Cúpula do G-8 mais 5), o senador Renato Casagrande (PSB-ES) garantiu que o Parlamento brasileiro tem condições de tomar medidas efetivas para defender os interesses do país no que diz respeito à comercialização do etanol, trabalhando pela queda das barreiras tarifárias, especialmente nos países desenvolvidos.

Casagrande lamentou o preconceito internacional contra a expansão das plantações de cana-de-açúcar no país, sob o pretexto de que isso iria reduzir a produção de alimentos para produzir mais etanol. Enfatizou que os países desenvolvidos não têm reservas de solo e água para essas grandes plantações.

- Somente haverá menos alimentos para consumir e vender se o governo não tomar o devido cuidado para limitar a produção de biocombustíveis às áreas já degradadas, preservando as florestas e as atuais plantações de produtos alimentícios, como já declarou que o fará - observou o senador.

Casagrande lamentou que, na Cúpula do G-8 propriamente dita, que reúne os sete países mais industrializados (Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá) e a Rússia, não tenha sido tomada qualquer decisão concreta de combate ao aquecimento global, com datas e prazos, mas apenas a manifestação de uma vaga intenção.

Segundo o senador, o Brasil pode ganhar com essa problemática porque dispõe de imensas florestas, condições de produzir biocombustíveis e vender pacotes tecnológicos. Ele conclamou o país a ser protagonista no combate à emissão dos gases estufa, sem ficar a reboque da China e da Índia que, para Casagrande, são países atrasados nessa questão.

O representante capixaba afirmou que, com a Comissão de Mudanças Climáticas, criada no Senado, a legislação terá um papel importante para proteger as florestas brasileiras, que precisam ser controladas, mas sob a soberania brasileira.

- Se elas têm importância para a biodiversidade, para manter o controle de chuvas e do clima da Terra, é preciso ter, também, cooperação dos países desenvolvidos, leia-se colaboração financeira - destacou.

Casagrande disse, ainda, que o documento final do Fórum dos Legisladores foiencaminhado à Cúpula do G-8. Ele reconheceu não ter havido uma influência imediata, mas manifestou a expectativa de que isso ocorrerá em futuro próximo.

14/06/2007

Agência Senado


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