CCJ aprova mudanças no Código de Processo Penal



Os senadores da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) aprovaram, por unanimidade e em caráter terminativo, na reunião desta quarta-feira (23), projeto do senador Jefferson Péres (PDT-AM) que altera o Código de Processo Penal (CPP) para adequá-lo à Constituição no que diz respeito às relações entre a polícia judiciária, o Ministério Público e a autoridade judiciária.

O autor acentuou, na justificação de sua proposta, que as discordâncias entre o código e o que dispõe a Constituição têm causado -desnecessários atrasos e falhas processuais, além de conflitos de competência entre o Ministério Público e a autoridade policial, que são, em muito, responsáveis pela frustração de ações de combate ao crime. Segundo Jefferson, a inspiração para elaboração da proposta partiu de membros do Ministério Público.

Uma das alterações sugeridas pelo senador estabelece que a autoridade policial deverá fornecer às autoridades judiciárias e ao Ministério Público as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos. Outra medida define que também o Ministério Público poderá requerer qualquer diligência que interessar ao esclarecimento do processo. Pela lei atual, a autorização para tal diligência cabe apenas à autoridade policial.

Ao considerar positiva a iniciativa de Jefferson Péres, o senador Demostenes Torres (PFL-GO) disse que o projeto corrige distorções ao inserir preceitos constantes da Constituição no CPP e evitará novas ações no Judiciário. Ele também elogiou o parecer favorável do relator, senador Pedro Simon (PMDB-RS).

A CCJ também aprovou parecer favorável do senador César Borges (PFL-BA) a requerimento do senador Alvaro Dias (PDT-PR) e de outros senadores, solicitando ao ministro da Fazenda, Antonio Palocci, a remessa do relatório final do Banco Central sobre as causas que levaram ao saneamento financeiro, intervenção e à posterior privatização do Banco do Estado do Paraná (Banestado), adquirido pelo Banco Itaú em 2000. Relator da matéria, César Borges explicou que o pedido ainda precisa ser apreciada pelo Plenário, já que solicita informação sigilosa a autoridade econômica do governo.

O relator esclareceu também que o requerimento foi apresentado pelos senadores junto à Comissão de Fiscalização e Controle (CFC), que cumpre atribuição do Senado de fiscalizar atos do Poder Executivo.



23/04/2003

Agência Senado


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