Requerimento de Aloysio Nunes sugere audiência pública para esclarecer o caso envolvendo o Banco Panamericano




Para esclarecer dúvidas a respeito do caso envolvendo o Banco Panamericano, o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) apresentou requerimento propondo a realização de audiência pública com a participação do ministro da Fazenda, Guido Mantega; da presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho; e do anterior e do atual presidente do Banco Central: Henrique Meirelles e Alexandre Tombini, respectivamente.

O requerimento de Aloysio Nunes também propõe que sejam ouvidos representantes do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) e das empresas contratadas pela CEF para auditar o Panamericano antes de a Caixa adquirir participação societária no banco. O senador por São Paulo deseja saber, por exemplo, como a operação, que totalizou R$ 739 milhões, foi feita sem que o rombo inicial de R$ 2,5 bilhões tivesse sido percebido.

- Há no mínimo algo de muito estranho em todo esse imbróglio. É preciso que tragamos à luz o que realmente aconteceu. Até para preservar a credibilidade de nosso sistema financeiro. Estamos falando da Caixa Econômica Federal, uma instituição sesquicentenária que tem prestado enormes serviços ao Brasil, que já teve sua imagem arranhada no caso da quebra do sigilo do caseiro Francenildo - afirmou Aloysio Nunes.

Segundo o senador, a cada dia que passa surgem novos fatos, desmentindo declarações e depoimentos dos agentes financeiros envolvidos, inclusive das diretorias da Caixa Econômica e do Banco Central. Ele criticou sobretudo o fato de a CEF ter adquirido 49% do capital votante do Panamericano sem conhecer minimamente a realidade de suas contas. Aloysio opinou que o Banco Central também poderia ter assumido uma maior cautela antes de aprovar o negócio que, segundo o jornal o Estado de São Paulo, já causou um prejuízo de R$ 320 milhões aos cofres da Caixa.

Aloysio Nunes referiu-se também a matéria publicada pela revista Veja desta semana, informando que o próprio ministro Guido Mantega teria pressionado a Caixa Econômica para que ela adquirisse as ações do Panamericano. O senador também advertiu que o uso indiscriminado e sem critérios de recursos do Fundo Garantidor para salvar o banco pode generalizar a crença de que o governo não permitirá em hipótese alguma a quebra de instituição financeiras.

- Isso leva à disseminação de comportamentos perniciosos, como tomadas de riscos excessivos, busca de remunerações elevadas no curto prazo em detrimento da higidez da instituição no longo prazo, gestão propensa a fraudes e maquiagens contábeis, entre outros - enumerou o representante paulista.

Socorrido pelo FGC com um aporte de R$ 2,5 bilhões no ano passado, o Panamericano, que pertencia ao Grupo Silvio Santos, foi vendido recentemente ao BTG Pactual, por R$ 450 milhões, após a descoberta de novo rombo, desta vez de R$ 1,5 bilhão.



08/02/2011

Agência Senado


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