CCT sugerirá ao governo tecnologia para aumentar segurança em aeroportos pequenos



A Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) sugerirá ao governo a adoção da tecnologia de segurança EMAS, indicada por todos os especialistas que participaram, nesta quinta-feira (13), de audiência pública sobre tecnologias que dêem mais segurança a aeronaves em aeroportos de pista curta, como os de Congonhas (SP) e Santos Dumont (RJ).O anúncio foi feito pelo vice-presidente da comissão, senador Marcelo Crivella (PRB-RJ).

A EMAS (Engineered Material Arrestor System Areas) é uma tecnologia norte-americana já usada em mais de 20 aeroportos em todo o mundo, de acordo com Crivella. A tecnologia consiste na aplicação de uma área de concreto poroso ao final da pista de pouso e decolagem de aeroportos que não têm espaço suficiente para construção de uma área de escape, uma runaway safety area. Quando um avião não consegue parar dentro do limite da pista, passa a trafegar sobre a EMAS, que afunda diante do peso da aeronave. O avião assim perde velocidade e consegue parar -mesmo quando tem problemas mecânicos - sem deixar vítimas ou causar grande destruição da aeronave. A tecnologia, no entanto, só tem efeito se a aeronave não estiver em velocidade muito grande.

O professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Alexandre Duarte Santos afirmou que a EMAS consegue evitar 86% dos acidentes em aeroportos de pistas curtas. Alexandre Santos informou que a UFRJ estuda a possibilidade de fabricar o produto no Brasil. Informou ainda que os custos da implantação da tecnologia EMAS poderiam ser cobertos pelas seguradoras, interessadas em aumentar a segurança dos aeroportos.De acordo com Alexandre Santos, a tecnologia consegue garantir mais segurança em aeroportos localizados em aéreas residenciais, onde não é possível ou é muito caro fazer expansão das pistas.

- A aérea de escape normalmente é de mil pés, ou seja, trezentos metros. Com esse produto (EMAS), é possível fazer uma área de escape em duzentos metros - afirmou Alexandre Santos.

O comandante Geraldo Costa de Meneses, da área de segurança de vôo da TAM, também defendeu a instalação do EMAS e apresentou exemplos de acidentes que foram evitados com o uso dessa tecnologia. Durante a audiência, o tenente-coronel-aviador Geraldo Curcio Neto, do Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial, realizou uma palestra bastante técnica e apresentou algumas tecnologias que dão mais segurança nas pistas curtas. Curcio Neto também sugeriu a implantação da EMAS em aeroportos brasileiros.

O diretor técnico do Sindicato das Empresas Aeroviárias, comandante Ronaldo Jenkins, afirmou que a instalação da EMAS é uma "medida preventiva e proativa para evitar danos maiores". O comandante destacou a importância do transporte aéreo no Brasil, país com problemas de infra-estrutura no setor de transportes.

O vice-presidente do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea), Jaques Sherique, informou que o Confea elaborou um plano de fiscalização preventiva integrada para o setor aeroportuário e que ainda neste mês iniciará um programa de fiscalização preventiva nos aeroportos de todo o país.

O debate na CCT foi realizado por sugestão do senador Marcelo Crivella.



13/09/2007

Agência Senado


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