CD revela que gabinete de Bisol está grampeado






CD revela que gabinete de Bisol está grampeado
O diálogo entre o secretário de Justiça e Segurança, José Paulo Bisol, e mulheres de policiais da Brigada Militar sobre o famoso "caso Konrad", pode ser o conteúdo da gravação que foi entregue ontem ao final da tarde pelo ex-deputado federal e delegado de polícia aposentado Wilson Müller Rodrigues, à CPI da Segurança Pública. O fato revela a fragilidade da estrutura policial pois a conversa teria ocorrido no gabinete do secretário. Müller afirmou que o CD foi entregue à CPI por solicitação do líder do governo Ivar Pavan.

Cercado de mistério, Müller chegou a Assembléia Legislativa por volta das 17h30min e, segundo ele, por equívoco, acabou dirigindo-se para o salão Castelo Branco, no 2º andar, onde líderes da oposição estavam reunidos. Logo em seguida, acompanhado dos deputados, subiu para a sala da CPI no 6º andar do Palácio Farroupilha, onde entregou o CD ao presidente da CPI, Valdir Andres (PPB) e ao relator Vieira da Cunha (PDT).

O ex-deputado fez questão de manifestar a sua inconformidade com as pressões que vem sofrendo nos últimos dias, mas salientou que não abrirá mão do seu direito profissional de advogar, independente da vontade do governo ou de qualquer partido político. Explicou que o seu cliente, um alto funcionário da secretaria de Justiça e Segurança, deseja permanecer oculto e revelou que já dispõe, em local seguro, de mais quatro fitas cassete, cujo conteúdo admite desconhecer.

Sobre o CD entregue à CPI, Müller informou que apesar de não ter ouvido conhecia o seu conteúdo, repassado pelo seu cliente, mas preferiu não adiantá-lo. A entrega foi acompanhada pelos lideres de todas as bancadas e o presidente da CPI autorizou a imediata degravação para que hoje, durante a sessão da comissão o seu conteúdo, caso seja do entendimento dos deputados, possa ser debatido.

O líder do governo Ivar Pavan e o deputado petista Ronaldo Zülke manifestaram a sua inconformidade com o fato de que o delegado tenha se reunido antes com a oposição. "É democrático, mas revela a articulação entre o delegado Müller e a oposição contra o governo", disse Zülke. Müller rebateu lembrando o deputado que ele ajudou a eleger o governador Olívio Dutra, tendo, inclusive, desfiliado-se do PDT, partido que ajudou a fundar, e participado do governo petista.

Entenda o caso Konrad:
O Caso Konrad começou em 10 de outubro de 1998, quando Odair Konrad, 17 anos, irmão de Giovani Konrad, foi morto por PMs, sob a acusação de estar dando tiros em via pública. Odair havia fugido da Febem. O sargento Jocelito Martins, 32 anos, admitiu ter alvejado o menor com um tiro na nuca.
Inconformado, em 15 de dezembro, Giovani baleou o soldado Adelar Arnaldo Weber, 30 anos, que morreu uma semana depois. Após o sepultamento do policial, uma patrulha da Brigada foi à casa do comerciante Otomar Konrad, 49 anos. Ele diz ter sido ameaçado e agredido para revelar o esconderijo do filho.
Uma amiga de Konrad conduziu os PMs até Rolantinho da Areia, no interior de São Francisco de Paula. Ela parou a cem metros da casa e conta ter ouvido, inicialmente, dois estampidos. Depois, ordens para que o menor se rendesse. Mais tarde, de cinco a seis tiros teriam sido efetuados.


Fórum debate Sistema Simples de Tributação
O plenarinho da Assembléia Legislativa ficou lotado, ontem à noite, para a reunião final do Fórum Democrático que debateu a implantação do Sistema Simples de Tributação no Estado. No encontro, foram compiladas as sugestões apresentadas em oito audiências realizadas anteriormente em todo o Estado, que embasarão o projeto de lei a ser enviado pelo governo à Assembléia Legislativa até o início de dezembro.
Conforme o relator da Subcomissão do Simples, deputado Jair Foscarini (PMDB), o objetivo das reuniões foi colher as propostas dos empresários gaúchos para que o projeto se aproxime o máximo possível dos anseios dos lojistas. O relatório final deverá estar concluído dentro de 15 dias. "Nós acertamos que o projeto do Executivo será elaborado com base nos resultados do Fórum", explicou.

Os empresários reivindicaram, entre outras, a liberdade de optar pela adesão ou não ao novo sistema, a exclusão da substituição tributária de produtos isentos e imunes da base de cálculo, a manutenção da declaração anual de faturamento e a adequação da proposta às realidades de cada região.
Segundo Foscarini, da forma como está posto pelo Executivo, o projeto beneficia mais quem tem uma margem maior de lucro. "E nós queremos o contrário, que é beneficiar aqueles que têm menor rendimento", destacou.

O Simples é um sistema já aplicado em nível federal que permite o pagamento de todos os tributos em uma única guia. Os empresários insistiram, também, para que o projeto seja desvinculado da alteração da matriz tributária, já rejeitada duas vezes pela Assembléia


CPI aprova quebra de sigilo de lobista e ex-assessor do MF
A CPI do Roubo de Cargas aprovou ontem requerimento dos deputados Nelson Pellegrino (BA) e Walter Pinheiro (BA) e do senador Geraldo Cândido (RJ), todos do PT, de quebra de sigilo bancário, telefônico e fiscal do lobista Alexandre Paes dos Santos (proprietário da empresa de consultoria APS) e do ex-assessor parlamentar do Ministério da Fazenda, Hugo Braga. Ambos serão convidados a depor na CPI, conforme outro requerimento, igualmente aprovado.
Também foi aprovado requerimento do deputado Robson Tuma (PFL-SP) para que a CPI peça oficialmente à Interpol a relação de casos em que a rede de supermercados Carrefour apareça como receptadora de cargas roubadas em outros países.


Lideranças fecham acordo em torno de imunidade parlamentar
Os líderes dos partidos e o presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG), fecharam ontem um acordo para aprovar na próxima quarta-feira a proposta de emenda constitucional que restringe a imunidade parlamentar ao exercício do mandato. Pelo acerto entre os partidos, deputados e senadores serão imunes pelas suas opiniões, palavras e votos, mas, nos casos de crime comum, poderão ser processados pelo STF sem a necessidade de autorização prévia do legislativo.

Numa reunião na casa de Aécio Neves, os representantes das bancadas rejeitaram, por unanimidade, a sugestão do deputado Ibrahim Abi-Ackel (PPB-MG) para incluir, no texto da emenda, a votação secreta para a suspensão de processos abertos contra deputados e senadores por crime comum no STF. Eles decidiram aceitar, no entanto, outras sugestões de Abi-Ackel para alterar o texto que foi aprovado pelo Senado. Entre as mudanças, está a ampliação do alcance da imunidade para crime de opinião, palavra e voto, ou seja, parlamentares terão imunidade no exercício do mandato ou em função dele.

No encontro, também ficou definida uma agenda de votações até o fim do ano. Entre as propostas que deverão ser apreciadas pela Câmara nas próximas seis semanas, antes do início do recesso parlamentar, estão a emenda constitucional que permite a participação de capital estrangeiro em jornais, revistas e emissoras de rádio e TV no País, a proposta que prorroga a CPMF, os projetos que corrigem a tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física e o que regulamenta o sistema financeiro.


Operação mobiliza 8 mil policiais em todo o Estado
A Brigada Militar mobilizou ontem 8,7 mil policiais no Rio Grande do Sul para a realização da primeira Operação Reconquista, num trabalho integrado para combater o crime no Estado. Em Porto Alegre, o efetivo nas ruas foi de 600 homens. A ação durou das 8h às 24h e envolveu todos os setores ligados à corporação, como Batalhão de Polícia Ambiental, comandos de policiamento ostensivo, Corpo de Bombeiros, Grupamento Aéreo e Polícia Rodoviária Estadual.

O comandante-geral da Brigada Militar, coronel Gerson Nunes Pereira, explicou que as metas principais foram o controle de armas, combate ao tráfico de drogas, captura de foragidos, recuperação de veículos furtados e prevenção a incêndios e afogamentos. O oficial acompanhou a operação de helicóptero, para percorrer diversas regiões em menor tempo.

Pela manhã, os policiais do 9º BPM prenderam os cinco homens que assaltaram o posto do Banrisul do Centro Administrativo. Os assaltantes invadiram o prédio e levaram cerca de R$ 30 mil, quantia recuperada pela polícia, assim como os dois automóveis utilizados na fuga.


Colunistas

Cenário político - Carlos Bastos

Brizola fala em Zambiasi e Fortunati
O ex-governador Leonel Brizola, em seus contatos com a imprensa, nesta passagem por Porto Alegre, falou muito em renovação e revitalização. Isto vale tanto para o seu partido, como para a aliança de centro-esquerda no âmbito estadual, como na sucessão presidencial. Brizola disse que a saída do ministro Eliseu Padilha do Ministério dos Transportes vai facilitar uma aproximação do PDT e o PMDB no Rio Grande do Sul, com vistas à sucessão estadual. Ele foi mais longe, sustentando que deveriam ser atraídos outros partidos de centro-esquerda, como o PPS e o PMDB, mas procurando realizar uma renovação. Nesta afirmativa, Brizola afasta Antônio Britto, do PPS, e Pedro Simon, do PMDB, da equação. Chegou a falar no nome de Sérgio Zambiasi, presidente da Assembléia, do PTB, e no vereador José Fortunati, que é o candidato preferencial do PDT.

Diversas

Brizola mostrou muita disposição em seus contatos com a imprensa, e fez muito sucesso em seu pronunciamento na solenidade de entrega do prêmio de Destaque Especial dos Líderes e Vencedores, promovido pela Assembléia Legislativa e pela Federasul.

Causou forte impressão no público quando Brizola relebrou que o primeiro movimento em favor dos trabalhadores rurais foi no seu governo, com a liderança de Milton Serres Rodrigues, em Encruzilhada do Sul, pai do ex-deputado Wilson Muller Rodrigues. Brizola enfatizou que é contra o esquema de invasões promovido pelo Movimento dos Sem Terra.

O ministro Pratini de Moraes, da Agricultura, que mereceu o Destaque Político, fez um pronunciamento de candidato à Presidência da República, e teceu críticas à orientação adotada pelo governo do Estado.

O vice-governador Miguel Rossetto que tem posição destacada na administração estadual, recebeu o prêmio por sua atuação e ressaltou as profundas modificações que o atual governo está implementando no Rio Grande do Sul.

O deputado Paulo Odone Ribeiro também recebeu o destaque político, e manifestou sua fé na democracia e no regime de liberdades públicas.

Os vereadores José Fortunati (PDT) e Antônio Hohlfeldt (PSDB) terão sessão de autógrafos amanhã às 19h na Feira do Livro, no lançamento de "O fascínio da estrela" - Trajetória e contradições do Partido dos Trabalhadores". Os dois ex-petistas fizeram a obra a quatro mãos.

Última

Na Feira do Livro acontece hoje o lançamento do livro "1961: que as armas não falem", dos jornalistas Paulo Markun e Duda Hamilton. É um trabalho de fôlego sobre o Movimento da Legalidade, que levantou o Rio Grande do Sul em defesa do Constituição e da posse do vice-presidente João Goulart. É o trabalho mais profundo sobre a resistência democrática dos gaúchos que empolgou o país. Às 17h30min haverá um debate sobre o livro no Salão Cristal do Clube do Comércio.


Começo de conversa - Fernando Albrecht

Leal no ataque
O vereador Pedro Américo Leal (PPB) ontem estava com toda a corda. Ao espinafrar o governo do Estado, disse que o governo “está diante de uma convulsão e enfrenta um problema zoológico”. Lembrou que há meses critica a situação da segurança e afirmou que as declarações de Diógenes de Oliveira repetem palavras suas. “Eu já disse que quem comanda a segurança são amadores”. Sobrou também para o ex-Chefe de Polícia, Luiz Fernando Tubino. Negou-se a classificá-lo, dizendo que “se o fizesse, seria com um palavrão. Com uma palavra grande”.

Cherchez la femme
Agora fica todo mundo querendo saber onde é a boate Carmen, casa de moças do primeiríssimo time que são visitadas por craques de futebol. Não só por eles. A AACC (Associação dos Amigos da Casa da Carmen) - um dos dirigentes mantém até caderninho com as moças - pediu que a página não desse o endereço para não dar superlotação. A única coisa que dá para revelar é que fica em uma rua perpendicular à João Pessoa e bem perto dela, e que o imóvel é pintado com um tom peculiar de azul.

Renan lá

Para quem conhece o jornalista gaúcho Renan Antunes de Oliveira, sua prisão no Irã, quando tentava atravessar a fronteira com o Afeganistão, não causou surpresa. O governo chinês também o prendeu alguns anos atrás. No final da década de 80, trabalhou em um jornal de Florianópolis e, ao ser despedido, não aceitou o acordo. Montou uma cama na frente do jornal e se pôs a berrar “Quero meu salário”. Acabou vencendo no cansaço. E no grito.

Valorização da Vida

O Dia de Finados eleva muito o número de pessoas que buscam uma solução final para seus problemas. Para eles e os amargurados em geral existe o CVV - Centro de Valorização da Vida, serviço sigiloso e gratuito, sem envolvimento com religiões ou afins. O CVV (51-3231-6111) funciona 24 horas por dia, todos os dias, e as características básicas desse trabalho são o sigilo, a gratuidade, a compreensão, a aceitação e o respeito.

Fim do café

A Rua 24 Horas e o Mercado Público perderam duas atrações simultaneamente. Ontem, em ambos os locais as lojas do Café do Mercado amanheceram com as portas lacradas por um Oficial de Justiça. A empresa vendia café moído na hora e na Acelino de Carvalho possuía um café expresso que tinha ampla procura. Pena.

Feia a coisa

Uma das fitas entregues ontem na Assembléia Legislativa teria a gravação de uma conversa do secretário José Paulo Bisol com mulheres da PM. E não ponham a culpa no ex-Chefe de Polícia, Luiz Fernando Tubino. Ele não poderia ter gravado o papo em questão porque não estava lá. Então, quem foi o araponga que teria instalado o grampo e quem o instruiu? Bin Laden? Se realmente grampearam o próprio secretário, o que resta ao cidadão comum? Ora, direis, ouvir grampos, como diria Olavo Bilac.

Duplo ataque

O vereador Adeli Sell (PT) teve dois pneus de seu carro furados à faca por um flanelinha na noite de terça-feira, na Praça da Matriz. O flanelinha ameaçou Sell, dizendo que o vereador era responsável pelo Conselho Tutelar ter “tirado” a filha dele. O mesmo flanelinha foi ao plenário ontem tentando agredi-lo fisicamente. Coincidência ou não, Adeli vem denunciando o transporte de eleitores na eleição de alguns Conselhos Tutelares e pediu certidões dos 40 conselheiros eleitos. Ele acha que tem muita lingüiça embaixo desse pirão.

Tarso, o Engenhoso

A entrevista que Tarso Genro deu sobre o episódio do bicho é uma obra de engenhosidade política. Nas entrelinhas dá para fazer um monte de leituras. Tipo “há horas estou avisando e não me ouviram”, “o meu PT é diferente desse que está no comando do partido”, “o radicalismo não é bom”. Ou: “Vote em mim que sou vinho de outra pipa”. Tarso sabe muito bem que o importante não é o fato, mas a versão do fato.

O fascínio vermelho

O livro O Fascínio da Estrela, Trajetória e Contradições do PT (Mercado Aberto), de José Fortunati e Antônio Hohlfeldt, terá sessão de autógrafos amanhã às 19h na Feira do Livro. Vale a pena ler. Trecho: “Com o passar do tempo, estes companheiros (do PT, N.R.) passaram a se articular não mais em função da grande política, mas visando, acima de tudo, a sua permanência no cargo e garantia de sua sobrevivência financeira”.

Miúdas

Correção: é o posto Assis Brasil que fornece gás combustível, na Assis Brasil, 9126, bem em frente à Fiergs.

Embaixador do Irã, Mansour Moazami, convida para a Feira de Produtos Iranianos, de 2 a 11 no Morumbi Shopping.

Vila do Natal Luz já está começando a ser montada. A abertura oficial será dia 10.

Press faz debate com jornalistas e políticos sobre sucessos/fracassos do marketing político dias 6 e 7 na ADVB.

Assespro e Softsul trazem Tarcísio Queiroz Cerqueira para palestra dia 8, 16h.

Vai de 6 a 8, na Fiergs, a 3ª Fephal. São esperados mais de 15 mil profissionais.

O Direto, correio eletrônico da Procergs, passa a ser usada também pela Procuradoria Geral do Estado.

Bird tem interesse no OP porto-alegrense, segundo Willian Reuber, coordenador de ONGs do Banco Mundial.

Médico Sérgio Hennemann coordena o Simpósio Internacional de Atualização em Dor Lombar, 9 e 10 no Mãe de Deus.

Pompéia inaugura duas novas unidades em novembro: dia 5 no Alegrete e Venâncio Aires dia 12.


Conexão Brasília - Adão Oliveira

Depois de apoiar plenamente as ações do governo americano no combate ao terrorismo, o presidente Fernando Henrique Cardoso mudou um pouco. A sua postura, hoje, é mais independente, bastante crítica da política americana que está sendo adotada. O governo George W. Bush parece não morrer de amores pelo Brasil. Bill Clinton gostava muito do Brasil. Ele tem se encontrado com FHC para falar sobre política internacional. A última vez foi na casa de campo de Tony Blair, primeiro ministro britânico. Um exemplo de que as relações Brasil- EUA não andam bem é o fato de que até hoje, Donna Hrinnak, indicada há quase um ano para ser embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, sequer foi chamada para a sabatina no Congresso Americano, prática a que se obrigam, por lei, os embaixadores.

Legitimidade

Pedro Simon é pré-candidato à sucessão de Fernando Henrique Cardoso. Ele disputará as prévias do partido que serão realizadas no próximo dia 20 de janeiro, em todo o Brasil. Mesmo que perca para Itamar Franco - é uma hipótese - ele já terá cumprido o seu papel. Simon pode até nem ser o candidato do PMDB à presidência da República, mas o partido só terá candidato por causa dele. É verdade e dou fé.

Revanchismo

O líder do PMDB na Câmara, Geddel Vieira Lima, defenestrou o deputado Nelson Proença - atual PPS - da condição de integrante das Comissões de Economia e de Ciência e Tecnologia. Proença integrava as comissões como representante do PMDB. Como ele trocou o PMDB pelo PPS, Geddel Vieira Lima não poupou. Há um mês e meio do recesso, Proença se diz vítima de revanchismo. Está indignadíssimo.

Cansaço

Esgotado por um dia de negociações com Pedro Malan, o ministro Pratini de Moraes não teve disposição para festejar o lançamento de seu nome, pelo PPB gaúcho, como candidato a presidente da República. Depois de ser homenageado, no plenário da Assembléia com o troféu Líderes e Vencedores, Pratini caiu duro na cama. Cansadíssimo. Os amigos queriam festa. Não levaram.

Perda

O ministro Pratini de Moraes vai perder um colaborador eficiente. Trata-se do embaixador Carlos Paranhos, chefe de sua Assessoria Internacional e craque em comércio exterior. O ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, chamou Paranhos para a Subsecretaria Geral de Serviço Exterior, do Itamaraty. Em seu lugar ficará o não menos competente ministro Luiz Fernando Gouvêa Athaíde.

Tensão

As legiões estão ouriçadas. Os militares - altas patentes e o pessoal da reserva - não está aceitando a indicação de um ex-terrorista para o cargo de ministro da Justiça. Aloysio Nunes Ferreira vai assumir o cargo em substituição a José Gregori que vai ser embaixador do Brasil em Portugal. Aloyzio Ferreira é o atual ministro chefe da Secretaria Geral da Presidência e foi companheiro de Carlos Marighela. O inconformismo dos militares já chegou ao presidente da República.

Adeus

O diplomata Georges Lamazière vai deixar, nos próximos dias, o cargo de porta-voz do presidente da República. Ele vai ser removido para São Francisco, nos Estados Unidos. Lá, Lamazière poderá curtir o que tanto gosta e sabe: cinema. O diplomata poderá ser substituído na função por um jornalista, pondo fim à mania de colocar diplomata em função específica de jornalista.


Editorial

A saudável utopia do II Fórum SociaL Mundial

De 31 de janeiro a 5 de fevereiro de 2002, Porto Alegre voltará a sediar o Fórum Social Mundial, FSM. É movimento que contesta a globalização e propõe-se a construir um novo mundo, possível como necessário. No Comitê Organizador do Fórum Social Mundial estão a Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais, a Ação pela Tributação das Transações Financeiras em Apoio aos Cidadãos, tese do aplaudido discurso do presidente Fernando Henrique na França, a CNBB, o Centro de Justiça Global, a Associação Brasileira de Empresários pela Cidadania, a CUT, o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas, e o MST. Haverá, antes, o II Fórum de Autoridades Locais pela Inclusão Social, de 28 a 30 de janeiro, o que trouxe à Capital Willian Reuben, do Departamento de ONGs e Sociedade Civil do Banco Mundial, Bird, recebido pelo prefeito Tarso Genro. Segundo os organizadores do FSM, após ter dominado o pensamento político e econômico de 1980 a 2000, o neoliberalismo está sendo questionado demais. Os protestos começaram em 1999, em Seattle, EUA, no encontro da OMC. Em 2000, foi a vez de Washington provar da força dos contestadores, quando das reuniões anuais do FMI e do Banco Mundial, culminando com os protestos em 2001, de Gênova, Itália, país que desistiu de sediar encontros de organismos similares, mantida a reunião da OMC, em Doha, Catar, importante para o Mercosul. Os números divulgados sobre o primeiro evento geraram dúvidas, 18 mil pessoas, 117 países, 4.702 delegados, dois mil moços no Acampamento da Juventude e 700 no Acampamento das Nações Indígenas. Mesmo com exageros de propaganda, o FSM constituiu-se em momento de reflexão internacional. Um Outro Mundo é Possível foi a frase-símbolo do encontro, alertando para as desigualdades socioeconômicas.

O FSM é o contraponto do Fórum Econômico Mundial de Davos, Suíça, "onde representantes das grandes empresas transnacionais definem políticas que salvaguardem seus interesses e ampliem seus lucros", definição impressa no bem elaborado material de divulgação. O mundo precisa de alternativas para incorporar centenas de milhões de excluídos. Dos mais de seis bilhões de terráqueos, temos um bilhão beirando a miséria. Isso reclama atitudes não somente dos governos nas suas três esferas, caso brasileiro, como o engajamento do empresariado e da sociedade. Os massacres ocorridos em Nova Iorque e Washington provaram que a loucura povoa a mente de alguns que não encontram respostas práticas para seus anseios reformistas e apelam para a matança indiscriminada como última e errada alternativa, a qual promove escalada de terror e guerras que nada resolvem.

Se é válido e importante aos seres humanos manterem suas utopias por um mundo melhor, de outra parte não se pode esquecer que as desigualdades sociais existem desde que o mundo é mundo. Os motivos, causas e conseqüências variam através dos séculos, mas a má distribuição de riqueza começou com Caim e Abel, que brigaram pela melhor oferenda a Deus. Atingiu picos notáveis com os deuses-faraós do Antigo Egito, passou pelos medas e persas, teve trégua luminosa na Grécia dos filósofos. Consolidou-se nos 500 anos do Império Romano e manteve-se, a fe rro e fogo, com os senhores feudais da Idade Média. Ressurgiu com a Revolução Industrial e, finalmente, mundializou-se com o binômio economia de mercado e capitalismo, sobrepujando uma outra utopia, a do socialismo de estado, na URSS. Em Dacar, na África, preparando o II FSM com mais 30 países, o governador Olívio Dutra fala como seu oposto, FHC, com a mesma linguagem de Paris, ambos pedindo uma ordem mundial mais justa. Um Outro Mundo é Possível, como alcançá-lo e mantê-lo, esta a dificuldade, a incógnita.


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11/01/2001


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