Cecília entrega manifesto a líder de governo na Câmara Federal
A deputada Cecilia Hypolito entrega nesta quarta-feira, em Brasília, ao líder do governo na Câmara, Arnaldo Madeira, o manifesto contra o regime de urgência do projeto que transfere a concessão dos serviços de saneamento dos municípios para os Estados. O projeto, encaminhado em fevereiro pelo governo federal, é polêmico, principalmente, porque cria a possibilidade de privatização dos serviços. A deputada, que propôs a marcha gaúcha a Brasília, acredita que a pressão exercida nas últimas semanas por parlamentares, empresas e autarquias de água e esgoto e entidades de classe de todo o país fará o governo suspender o regime de urgência.
Para Cecilia, o projeto é um duro golpe do governo federal contra a maioria da população. "O projeto concentra poder econômico e político nos Estados e na União e atenta contra a cidadania, na medida em que compromete o acesso do cidadão aos serviços de saneamento", afirma a parlamentar, que integra a Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembléia Legislativa.
Há duas semanas, por proposta de Cecilia Hypolito, o Legislativo gaúcho enviou carta ao presidente Fernando Henrique Cardoso pedindo a retirada do projeto. Na última semana, uma audiência pública aprovou o manifesto que está sendo levado a Brasília nesta quarta.
"Esta é mais uma cartada de Fernando Henrique no jogo da venda do patrimônio público do país. O mais grave é que o governo começa agora a atentar contra nos serviços essenciais para a vida, como a água", critica.
Conforme Cecilia, a situação dos mananciais no mundo é cada vez mais grave. O Brasil não escapa da ameaça de escassez, agravada pela poluição industrial, contaminação pela agricultura, aumento do consumo e exploração inadequada.
"A questão do saneamento, portanto, é estratégica neste momento. Não podemos simplesmente tratá-la como um negócio, porque assim estaremos comprometendo gravemente as condições de vida de milhões de brasileiros e o próprio desenvolvimento do país", afirma.
"A água é o ouro líquido deste novo século e, talvez por isso, o governo federal resolveu ganhar dinheiro com ela."
04/03/2001
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