Células-tronco podem tratar diabetes tipo 1 e doenças cardíacas



Um grupo de 23 brasileiros portadores de diabetes tipo 1 apresenta sinais de recuperação inédita no mundo. O pâncreas desses pacientes voltou a funcionar normalmente, e eles deixaram de depender de injeções de insulina, quatro anos depois que eles receberam um transplante de suas próprias células-tronco.

Os pesquisadores da USP de Ribeirão Preto identificaram que a terapia combate a falha imunológica que leva o sistema de defesa do organismo a atacar o pâncreas.

Esta é apenas uma das implicações práticas recentes das pesquisas com células-tronco. Elas são encontradas em todo o organismo humano e têm a capacidade de se multiplicar e se diferenciar em diversos tecidos. As mais utilizadas, por serem mais fáceis de manipular, são as da medula óssea e as do sangue do cordão umbilical.

Também são usadas células-tronco embrionárias (retiradas de embriões humanos inviáveis ou congelados há mais de três anos), que têm a maior capacidade de dar origem a outros tipos de células e, por isso, são as mais capazes de tratar leucemias, linfomas, mieloma, talassemia, deficiências imunológicas, anemias e doenças do metabolismo.

Primeiro país da América Latina a permitir o uso deste tipo de células, o Brasil teve autorização em maio de 2008 do Supremo Tribunal Federal para realizar pesquisas desse tipo. O País também tem trabalhos de referência na área: foi a quinta nação do mundo a produzir células-tronco pluripotentes induzidas, que podem se transformar em qualquer célula sem ser criada a partir de embriões.

As possibilidades abertas pelas células-tronco são muitas. Além de diabetes tipo 1, elas têm o potencial para tratar de doenças cardíacas, problemas no fígado, esclerose múltipla, lesões cerebrais e da medula óssea, esquizofrenia, osteoporose, mal de Parkinson, doenças inflamatórias intestinais e recuperação da pele em casos de queimaduras. Em alguns casos, as células-tronco têm origem em outras fontes, como o tecido adiposo, o tecido da pele e a polpa do dente.

O governo federal incentiva as pesquisas. O Ministério da Saúde mantém a Rede Nacional de Terapia Celular (RNTC), que contou com dois pesquisadores de renome mundial na área: Stevens Rehen, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), produziu a primeira linhagem de células-tronco obtidas sem o uso de embriões (as chamadas células-tronco induzidas), e Lygia da Veiga Pereira, pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP), que chegou à primeira linhagem de célula-tronco embrionária humana no Brasil.

 

Fontes:
Centro de Estudos do Genoma Humano
Rede Nacional de Terapia Celular (RNTC)
Universidade de São Paulo (USP)
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Ministério da Saúde
Lei de Biossegurança



04/09/2013 15:27


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