CENTRAIS SINDICAIS APÓIAM LUTA DE ACM POR MÍNIMO DE R$ 177



Após participar de reunião da executiva do PFL, onde o partido apoiou a proposta de um reajuste do mínimo para o equivalente em reais a 100 dólares (R$ 177,00 atualmente), o senador Antonio Carlos Magalhães (BA) recebeu na manhã desta quinta-feira (dia 30) o apoio e a solidariedade de duas centrais sindicais brasileiras e da Federação Nacional dos Aposentados, em seu esforço para levar o Congresso a aprovar um valor para o salário mínimo superior aos R$ 151estabelecidos em medida provisória pelo governo.
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, e o presidente da Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), Canindé Pegado, prometeram a Antonio Carlos que vão mobilizar trabalhadores e aposentados para acompanhar o processo de votação da medida provisória e pressionar os parlamentares por uma revisão no valor do mínimo. O presidente do Senado alertou para a importância da "batalha pela votação, pois a tática do PMDB e do PSDB será protelar, para tentar evitar a votação da MP".
As lideranças sindicais criticaram a política econômica governamental, em nota entregue pela Força Sindical ao senador Antonio Carlos Magalhães. No entender da entidade, "a profunda insensibilidade social" da equipe econômica do governo "tem comprometido seriamente os compromissos da campanha de reeleição de Fernando Henrique Cardoso". Os líderes sindicais afirmam que as reformas tributária e previdenciária são urgentes.
Elevar o salário mínimo como forma de melhor distribuir renda, acrescentam as lideranças sindicais, "faria parte de uma política compensatória que o Executivo se recusa a adotar". Na Previdência Social, acrescenta a nota distribuída por Paulo Pereira da Silva, "os altos burocratas do setor público, juízes e militares, se beneficiam de um sistema injusto, baseado no privilégio dos que, forjando leis imorais, aumentaram suas aposentadorias, esmagando as do setor privado".
Na avaliação dos dirigentes sindicais, "se o país não pode ter um salário mínimo melhor, porque isso afeta o sistema previdenciário, é óbvio, então, que o problema não é o salário mínimo, mas o sistema previdenciário". Antonio Carlos considerou o documento "muito bom e objetivo", prometendo distribui-lo aos demais senadores e pedindo que o deputado Luiz Antonio Medeiros (PFL-SP), que acompanhou os sindicalistas, fizesse o mesmo na Câmara.
De acordo com o senador, a oposição da equipe econômica à elevação do salário mínimo, "porque pode quebrar isso ou aquilo, pode matar o trabalhador". Ele destacou que a luta pela melhoria do mínimo conta com o apoio da opinião pública e observou que "a tese do Jader (líder do PMDB) é de quem não sabe o que é trabalhar para ganhar dinheiro". Antonio Carlos disse que torce para que o presidente Fernando Henrique Cardoso seja popular. "Mas ele não será popular se não melhorar o salário; e não adianta fazer obra".
O senador entende que os defensores de um aumento maior para o mínimo têm chance de sucesso no Congresso, durante a votação da medida provisória. Ele lembrou de parlamentares aliados, citando o exemplo do senador Maguito Villela (PMDB-GO), que se pronunciou "contrário aos líderes", durante discurso feito nesta quinta-feira no plenário da Casa.

30/03/2000

Agência Senado


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