Cerca de 1,5 bilhão de pessoas vivem em países onde violência é o maior problema a ser vencido



Em documento divulgado nesta segunda-feira (11), o Banco Mundial (Bird) alerta que cerca de 1,5 bilhão de pessoas vivem em países que são atingidos frequentemente por ciclos repetitivos de violência, que se caracterizam como o principal responsável pela má qualidade de vida da população. Os especialistas advertem que os esforços para corrigir os problemas econômicos e políticos devem ser associados ao combate à violência. 

No relatório “Desenvolvimento Mundial 2011: Conflito, Segurança e Desenvolvimento”, os especialistas do Bird afirmam ainda que as tensões internas e internacionais, como desemprego dos jovens, choques de renda, tensões entre grupos étnicos, religiosos ou sociais e as redes de tráfico, aumentam quando combinadas com a “fraca capacidade” ou a “falta de legitimidade” das principais instituições nacionais. Como exemplo, citam o que ocorre nos países muçulmanos atualmente. 

"Se quisermos romper o ciclo de violência e diminuir as tensões que o levam, os países devem desenvolver [meios] mais legítimos, responsáveis e capazes de instituições nacionais que fornecem justiça para os cidadãos, segurança e empregos", afirmou o presidente do Banco Mundial, Robert B. Zoellick. 

Zoellick disse que crianças que vivem em países cuja a estrutura política, econômica e social é frágil são duas vezes mais suscetíveis à subnutrição e têm três vezes mais probabilidade de não frequentar salas de aula. Segundo ele, a violência tem a capacidade de ampliar os efeitos a ponto de contaminar as áreas vizinhas. 

Os dados do relatório mostram que mais de 90% das guerras civis na década de 2000 ocorreram em países que viveram situações semelhantes nas últimas três décadas. Há países, segundo o estudo, onde os processos de paz são prejudicados pelos elevados níveis de influência do crime organizado. 

No estudo há sugestões sobre medidas que podem e devem ser adotadas na busca da chamada “reconstrução da confiança entre os cidadãos e o Estado”. As propostas são medidas de transparência, dotações orçamentárias especiais para segmentos sociais desfavorecidos, fim de leis discriminatórias e adoção de compromissos para reformas a longo prazo. 

O relatório foi elaborado a partir de análises dos pesquisadores avaliando as decisões tomadas pelos líderes políticos dos países em desenvolvimento, assim como o sistema das Nações Unidas e das instituições regionais do mundo. 

  

Fonte:
Agência Brasil



11/04/2011 18:24


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