César Borges critica Lula por querer desqualificar acusações contra o governo



Depois de informar que em depoimento à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) o banqueiro Daniel Dantas confirmou que o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares procurou um dos seus sócios no Opportunity, Carlos Rodenburg, pedindo uma contribuição de US$ 50 milhões para o Partido dos Trabalhadores, o senador César Borges (PFL-BA) lamentou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva continue tentando desqualificar todas as acusações que envolvem seu governo. Segundo o senador, Delúbio teria oferecido, em troca dos dólares, a promessa de o governo Lula não atrapalhar os interesses do banqueiro.

- Veja só onde chegamos. Apesar do mensalão e do "valerioduto", do trabalho das CPIs dos Correios e dos Bingos, da denúncia do procurador-geral da República contra quarenta envolvidos nos esquemas de corrupção e da notícia-crime que a Ordem dos Advogados do Brasil encaminhou pedindo o aprofundamento das investigações sobre o envolvimento do presidente Lula, ele agora decidiu dizer que tudo isso é futrica política - protestou César Borges.

O senador pela Bahia informou que a notícia-crime encaminhada pela OAB, na última segunda-feira (5), à Procuradoria Geral da República baseou-se principalmente em três pontos: a transação entre a Gamecorp, do filho do presidente, Fábio Luiz da Silva, e a Telemar (concessionária do governo federal), que envolveu R$ 15 milhões; a omissão de Lula diante das denúncias sobre o mensalão; e a edição de decreto presidencial que permitiu ao Banco BMG (um dos supostos braços do "valerioduto") atuar no crédito a funcionários federais sem que o banco integrasse a rede de pagamentos do sistema previdenciário.

Na avaliação de César Borges, o presidente Lula continua tentando fazer a população brasileira de tola ao insistir que não houve mensalão e ao não dar importância nem oferecer respostas às denúncias que envolvem seu governo. O senador também criticou o fato de o presidente da República, em solenidade realizada na terça-feira (6) no Ceará, ter dividido o mesmo palanque com o deputado estadual José Guimarães, irmão do ex-presidente do PT José Genoíno, cujo assessor, José Adalberto Vieira da Silva, foi flagrado com US$ 100 mil na cueca e R$ 200 mil em uma mala.



07/06/2006

Agência Senado


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