César Borges defende plano de segurança nacional para combater crime organizado



Para enfrentar o crime organizado não só em São Paulo, mas em todo o Brasil, é preciso que o governo federal adote um plano de segurança nacional, com ações unificadas e permanentes envolvendo os três entes da Federação (União, estados e municípios). A opinião é do senador César Borges (PFL-BA), que, em entrevista à Agência Senado, afirmou que o atual governo nada fez na área de segurança.

Para o parlamentar, essa ausência federal permitiu que a violência chegasse ao ponto em que chegou em alguns estados brasileiros, a exemplo de São Paulo, que nos últimos dias vem sofrendo o que muitos especialistas têm classificado como uma verdadeira guerrilha urbana.

- Essa é uma questão nacional e não estadual. Mas o governo Lula tem-se ausentado dessa questão. Assim, o que se verifica, atualmente, é que o crime organizado está se institucionalizando com mais força do que o poder constituído, que está sendo colocado em xeque - afirmou César Borges.

Para o parlamentar e ex-governador da Bahia, de nada adianta o governo federal interferir neste momento, colocando tropas do Exército e a Polícia Federal para combater a violência em São Paulo sem o planejamento de uma ação integrada com o Executivo local.

- Se o governo de São Paulo aceitar a ajuda federal nos moldes oferecidos, que nada mais é do que uma ajuda pirotécnica de uma polícia política, vai passar a falsa impressão de que o estado não tem condições de lidar com o problema - acredita César Borges.

Com a ausência de ações permanentes do governo federal nos últimos anos, fica difícil, na opinião do senador, agir em momentos de crise como esses, mas, mesmo assim, algumas medidas imediatas são necessárias. Entre elas, César Borges citou a edição de uma medida provisória "em caráter de urgência" e a construção imediata de uma grande rede de proteção em torno dos presídios, para evitar a comunicação telefônica por celulares.

- O governo federal pode ajudar ainda disponibilizando equipes de inteligência e equipamentos de comunicação modernos, entre outros. Mas é fundamental o estabelecimento de uma ação unificada com a ajuda dos estados e municípios, com reuniões permanentes e a implantação de um plano a nível nacional, porque esta violência vai acabar eclodindo em outros estados também - destacou o senador.



15/05/2006

Agência Senado


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