César Borges diz que governo precisa dialogar com dom Luiz Cappio
Em pronunciamento nesta terça-feira (18), o senador César Borges (PR-BA) disse que o governo federal está agindo sem sensibilidade no episódio do bispo católico de Barra (BA), dom Luiz Flávio Cappio, que se encontra em greve de fome há 21 dias em protesto contra o projeto de transposição do Rio São Francisco.
- Esse assunto não pode ser tratado com insensibilidade, é uma vida que está em risco. É preciso sensibilidade, não para discutir se a obra é justa, mas para observar que uma vida precisa ser preservada. A autoridade do governo não pode estar acima da vida do religioso, que está lá por uma questão de fé. Que se trabalhe a questão com o coração, não com autoridade nem com autoritarismo - disse.
César Borges lembrou que anteriormente, em 2005, o religioso promoveu um protesto similar e que o governo, por meio do então ministro da Secretaria das Relações Institucionais, Jaques Wagner, atual governador da Bahia, ofereceu a dom Cappio a proposta de aprofundar a discussão do projeto antes do início efetivo das obras de transposição.
Em seu discurso, César Borges voltou a dizer que é contrário ao projeto de transposição do São Francisco e assegurou que essa posição também era defendida pelo atual ministro da Integração Nacional, o deputado licenciado Geddel Vieira Lima.
- Éramos convergentes até ele se transformar em ministro da Integração Nacional. Ele [Geddel] era um crítico veemente e passou a ser um ardoroso defensor do projeto. Eu mantive a posição - afirmou.
César Borges disse ainda que o governo precisa continuar investindo em obras de irrigação na Bahia e que um projeto de revitalização do São Francisco seria mais benéfico às populações ribeirinhas que as obras de transposição.
- Consideramos que é fundamental a revitalização do rio, com a sua extensão e importância. É um programa grandioso, hercúleo e não há esse compromisso do governo - lamentou.
18/12/2007
Agência Senado
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