César Borges está preocupado com o crescimento econômico do país este ano
Aproveitando a presença em Plenário do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, no debate sobre a reforma tributária, o senador César Borges (PFL-BA) pediu uma previsão sobre o crescimento econômico que o governo estima para o Brasil este ano. Ele já havia feito a mesma pergunta quando o ministro esteve reunido com os senadores na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e não havia obtido resposta.
Segundo Palocci, o governo inicialmente trabalhava com um crescimento da economia na faixa de 2,8%, mas este percentual deverá ser revisto. O ministro antecipou que o novo número deverá girar entre o 1,8% previsto em estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e os 2,8% iniciais do governo. Ele disse que essa informação deverá ser divulgada em poucos dias e deverá constar na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que o governo encaminhará ao Congresso.
César Borges destacou que recentes medidas tomadas pela equipe econômica do governo - como o aumento da taxa de juros, do superávit primário e do depósito compulsório dos bancos - deverá levar o Brasil se não a um recessão, pelo menos a um crescimento bastante limitado. Ele constatou que enquanto a população clama por emprego e renda, as indústrias tendem a uma espécie de paralisia forçada.
- O candidato Luiz Inácio Lula da Silva falava em empregar 10 milhões de pessoas, mas ainda não vejo uma política clara para fomentar a geração desses empregos. O atual governo foi eleito para proporcionar uma mudança na política econômica, mas continua colocando em prática o receituário do FMI (Fundo Monetário Internacional), que é perverso e socialmente injusto para o país - afirmou César Borges.
O ministro Antonio Palocci discordou da visão do senador baiano. Ele considera que já há uma mudança clara não só entre a política econômica do atual e a do governo anterior, mas também nos indicadores econômicos. O quadro de ausência de crédito para exportações, o elevado número do risco Brasil, o dólar sendo negociado a mais de R$ 4 e a inflação em alta registrada nos últimos meses do ano passado, segundo Palocci, já está sendo revertido.
27/03/2003
Agência Senado
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