César Borges pede atualização dos valores pagos pelo SUS
Ao informar que diversos hospitais filantrópicos baianos, que têm nas receitas provenientes do Sistema Único de Saúde (SUS) sua principal fonte de financiamento, atravessam uma grave crise, o senador César Borges (PFL-BA) cobrou do governo federal a atualização dos valores pagos pelos serviços prestados pelos hospitais e uma revisão no valor do teto do SUS repassado para estados e municípios.
Para exemplificar a situação de penúria que os hospitais filantrópicos estão enfrentando, César Borges citou o caso do Hospital Aristides Maltez, especializado no tratamento de câncer, que está contabilizando mensalmente um déficit de R$ 100 mil. A instituição foi obrigada a desativar três dos dez leitos de UTI que dispõe.
A situação no interior da Bahia, segundo o senador, é ainda mais grave. Ele registrou que a falta de recursos provocou o fechamento da Santa Casa de Misericórdia de Maragogipe, que já acumulava um déficit de R$ 500 mil. Como a Santa Casa, acrescentou César Borges, muitas outras instituições hospitalares estão à beira de paralisar suas atividades.
- Não é preciso ir muito longe para entender por que se chegou nessa difícil situação. Na maior parte dessas entidades os pacientes conveniados ao SUS representam mais de 80% do atendimento. Quando constatamos que o SUS paga apenas R$ 2,50 por uma consulta que custa em torno de R$ 10,50, entendemos por que os hospitais filantrópicos não conseguem se sustentar - afirmou César Borges.
Como em quase todos os serviços prestados pelos hospitais o custo é maior que o valor repassado pelo SUS, explicou o senador pela Bahia, cada atendimento realizado significa um déficit maior para as entidades filantrópicas. Além dos valores insuficientes pagos pelo SUS, completou César Borges, as filantrópicas não têm sido remuneradas por todos os atendimentos prestados à população.
César Borges declarou ainda que os problemas da saúde no Brasil não se resumem às dificuldades do SUS. Ele testemunhou que há meses o senador Mão Santa (PMDB-PI) tenta conseguir R$ 60 mil para recuperar equipamentos que estão parados em um hospital universitário do seu estado e não consegue.
- Como no Piauí, muitos outros hospitais públicos no Brasil atravessam sérias dificuldades e precisam de ajuda. Falta de medicamentos, insatisfação dos profissionais da área pública da saúde e baixa qualidade dos serviços oferecidos são uma realidade do nosso país - lamentou o senador baiano.
19/08/2003
Agência Senado
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