Chávez visita Dilma para reforçar intenção de Brasil se manter como parceiro privilegiado



Após adiar a visita ao Brasil há menos de um mês por causa de dores no joelho esquerdo, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, se encontra na manhã desta segunda-feira (6), com a presidenta Dilma Rousseff no Palácio do Planalto. Em seguida, eles se reúnem com os ministros dos dois países e depois fazem uma declaração à imprensa. Chávez almoça com Dilma, no Palácio Itamaraty e, depois pretende retornar a Caracas.

Pelo menos 30 acordos de parceria entre a Venezuela e o Brasil foram discutidos desde o fim do mês passado até o último fim de semana. Alguns deles, porém, deverão ficar para uma segunda etapa de reunião entre os dois presidentes.  

Em julho, será a vez de Dilma retribuir a visita de Chávez, participando de uma série de eventos na Venezuela. De acordo com negociadores brasileiros, as visitas indicam que ambos têm o objetivo de intensificar as relações bilaterais. Em 2010, o comércio bilateral totalizou US$ 4,6 bilhões, um crescimento de 11,8% em relação a 2009, sendo que as exportações brasileiras alcançaram US$ 3,8 bilhões.

Em geral, o Brasil exporta para a Venezuela alimentos, frango desossado e carne bovina, enquanto os venezuelanos vendem para os brasileiros, essencialmente, petróleo e derivados. A Venezuela tem o terceiro maior Produto Interno Bruto (PIB) da América do Sul e importa 75% dos alimentos que consome.

Para os venezuelanos, segundo as autoridades brasileiras, o Brasil ocupa a posição de parceiro privilegiado em decorrência das várias iniciativas que há de empresas públicas e privadas brasileiras em território venezuelano.

A Caixa Econômica Federal (CEF) vai colaborar no gerenciamento do programa de financiamento habitacional na Venezuela. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Centrais Elétricas S.A (Eletrobras) e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) mantêm acordos de cooperação com o governo e empresários do país.

No começo de maio, Chávez agendou visitas ao Brasil, Equador e a Cuba. Mas, segundo ele, por recomendação médica, adiou as visitas para ficar de repouso por causa de uma inflamação no joelho esquerdo.

Região

Dilma Rousseff e Hugo Chávez também vão conversar sobre a criação da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que será realizada em julho, em Caracas, e a União das Nações Sul-Americanas (Unasul).

Os presidentes participarão da cerimônia de criação da Celac, que atuará como um mecanismo de integração entre os países, dando prioridades para as questões sociais. No bloco estarão 33 países da América do Sul, América Central e do Caribe.  Na reunião, na Venezuela, também será celebrado o bicentenário da independência do país.

Em relação à Unasul, Chávez deverá destacar nesta segunda-feira, durante a conversa com Dilma, a necessidade de que o Brasil ratifique o tratado de criação do bloco. As informações são da Embaixada da Venezuela no Brasil.

O tratado de criação da Unasul aguarda ratificação por nove dos 12 países-membros para que passe a valer sob o ponto de vista jurídico. O Brasil, o Paraguai e a Colômbia ainda não ratificaram o tratado. O acordo deve ser aprovado pelo Congresso Nacional. A Unasul reúne os 12 países da América do Sul cujo objetivo é aprofundar a integração da região.

 

Fonte:
Agência Brasil

 

06/06/2011 11:30


Artigos Relacionados


Chávez confirma, em telefonema para Dilma, visita ao Brasil no dia 6

Chávez fará em maio primeira visita oficial ao Brasil no governo Dilma

Dilma e Chávez devem manter reuniões trimestrais para tratar de projetos

Europa vê Brasil como ‘parceiro para superar a crise’, diz embaixadora

Romero Jucá anuncia visita de Hugo Chávez a Dilma

Chirac quer Brasil como parceiro da França para "globalização harmoniosa"