Cheia do Amazonas é tema de reunião entre especialistas em desastres naturais
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), sedia nesta sexta-feira (18) a reunião semanal que vem sendo realizada pelos órgãos federais integrantes do sistema nacional de prevenção e alertas. O principal assunto é a cheia no Amazonas, que já superou o recorde histórico de 2009 e, segundo as previsões de especialistas, continuará a se intensificar.
Na quinta-feira (17), o nível do Rio Negro chegou a 29,78 metros, um centímetro acima da maior marca em 102 anos de medição. Nesta sexta-feira (18), as águas subiram mais dois centímetros. O governo do Amazonas calcula em 78 mil o número de famílias afetadas no estado. Também no Pará a quantidade de desabrigados e desalojados segue em elevação.
“Quando chega a uma certa cota, o rio ocupa toda a planície de inundação. No caso de Manaus, por exemplo, já entrou na cidade e impacta o comércio, o que é muito complicado para a economia local”, explica o coordenador de Pesquisa e Desenvolvimento do Cemaden, Javier Tomasella. “Numa situação como essa, dois ou três centímetros é muita coisa.”
O secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do MCTI, Carlos Nobre, comenta que o Rio Negro ainda deve subir cerca de 10 centímetros nas próximas duas semanas.
A Amazônia passou em 2009 por outra grande cheia – a maior até então – e por fortes secas em 2005 e 2010. “Se essa tendência de acentuação dos extremos se confirmar, as populações ribeirinhas terão de deixar áreas onde historicamente moram”, analisa o secretário Carlos Nobre.
Além da equipe do Cemaden, participarão do encontro em Cachoeira Paulista (SP) dirigentes e técnicos da Agência Nacional de Águas (ANA), do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos (Cenad), do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) e da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).
Com as reuniões, o governo federal busca planejar e articular o enfrentamento dos desastres naturais e outros impactos de fenômenos climáticos. "O Ministério da Integração Nacional une esforços com os demais ministérios envolvidos para minimizar os efeitos das cheias na região Norte. A equipe do Cenad tem monitorado intensamente a situação do Amazonas para prestar a assistência necessária à população afetada", afirma o chefe do Cenad, Armin Braun.
Enquanto cabe ao Cemaden a antecipação de situações de risco, o centro parceiro responde pelo acionamento das defesas civis estaduais para mobilização.
Fonte:
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação
18/05/2012 16:12
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