Chevron recebe relatório sobre autuações relativas ao vazamento na Bacia de Campos
A nova diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, informou nesta quarta-feira (21) que foi entregue à petrolífera Chevron um relatório contendo 25 autuações sobre irregularidades cometidas pela empresa nas atividades de exploração no Campo de Frade, na Bacia de Campos, norte fluminense.
A diretora, que tomou posse nesta quarta, disse que todos os pontos destacados no documento referem-se ao primeiro vazamento no poço explorado pela empresa, que ocorreu em novembro do ano passado. Segundo ela, a Chevron tem 15 dias, a partir da entrega do relatório, para apresentar sua defesa à ANP.
“A Chevron recebeu nosso relatório do acidente. É dessa forma que nós autuamos. Agora, ela vai analisar nosso relatório, vai colocar os seus contrapontos, vamos recebê-los e eles serão analisados e levados em conta”, explicou a diretora que, no entanto, não especificou as irregularidades apontadas para não prejudicar o processo administrativo.
Magda afirma que na fase do contraditório, o processo administrativo diz que nada pode ser antecipado. Por isso, assim que receber uma resposta da Chevron, a ANP emitirá um relatório final em cerca de um mês.
Ainda segundo a diretora, a agência recebeu anteriormente um relatório detalhado da Chevron sobre o acidente de novembro, mas não concorda com alguns pontos que constam no documento anterior. Para ela, os episódios de vazamento envolvendo a empresa reforçam a necessidade de o País ser ainda mais rigoroso nos procedimentos que dizem respeito à sua exploração.
“O pré-sal é um novo Eldorado para o Brasil e traz para a gente uma oportunidade de ganho de escala fantástico, uma oportunidade de construir infraestrutura para acelerar o desenvolvimento do Brasil. Em relação a esse vazamento, traz a certeza de que temos que ser muito rigorosos com tudo o que estamos fazendo no Brasil porque esse é o salvo-conduto que precisamos para enfrentar o desafio da próxima década”, ressaltou.
Chambriard disse também que o óleo que aflorou no segundo vazamento, semana passada, ainda não foi analisado e que a ANP autorizou a suspensão da produção do campo com base no princípio da precaução, para aprofundar as pesquisas e o entendimento do que está ocorrendo no local. Segundo ela, o campo produzia, em média, 60 mil barris de óleo por dia.
Já a produção total do País é algo em torno de 2 milhões de barris diários.
Fonte:
Agência Brasil
21/03/2012 17:45
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