Ciclo de debates de construção civil discutiu desenvolvimento urbano sustentável



Debate apresentou problemas e exemplos bem-sucedidos na cidade

A Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SMA), por intermédio da Coordenadoria de Planejamento Ambiental (CPLA), realizou na terça-feira, 6, em sua sede, em São Paulo, o último “Meio Ambiente em Debate” sobre construção civil sustentável, com o tema “desenvolvimento urbano”, encerrando o ciclo de debates a respeito do assunto.

A primeira palestrante a se apresentar foi Joana Carla Soares Gonçalves, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo – FAU/USP, com o tema “Desenho urbano e diretrizes ambientais: clima, energia e verde na cidade”. Joana afirmou que as cidades são modelos urbanos insustentáveis e que na capital há exemplos opostos do adensamento urbano: “No bairro de Higienópolis, a ocupação urbana corresponde a 200 pessoas por hectare. Já na periferia, este número cresce para 600 pessoas por hectare. O adensamento urbano é perfeitamente aceitável, desde que seja ambientalmente adequado”.

Na sequência, Raphael Pillegi, da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo – CDHU, apresentou a palesta “A produção de habitação de interesse social no Estado de São Paulo: aperfeiçoamento para a sustentabilidade”. Segundo Rapahel, todos os edifícios e habitações verticais, a serem construídos ou em construção, terão sistemas de aquecimento solar e medidores individuais de água, gás e energia elétrica. “Nas habitações que já utilizam aquecimento solar e medidores individuais, verificamos uma diminuição de 70% a 80% do consumo do chuveiro, além de uma economia de 30% nas contas de água”, afirma.

A terceira palestra, apresentada por Cláudio Bernardes, do Sindicato de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo – SECOVI-SP, entitulada “Sustentabilidade e o desenvolvimento urbano”, demonstrou os exemplos de construções residenciais sustentáveis de países como Inglaterra e Austrália. Para Cláudio, é preciso “enfatizar a necessidade, do ponto de vista do mercado imobiliário, de integrar o crescimento populacional com a sustentabilidade do meio urbano”.

Na continuidade dos trabalhos, Marcelo Vespoli Takaoka, da Y. Takaoka Empreendimentos e do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável, apresentou o caso de êxito “Projeto Gênesis – Um residencial mais sustentável”, exemplo de empreendimento imobiliário que, entre outras ações, neutralizou a emissão do carbono gerado pela queima dos combustíveis fósseis dos caminhões que trabalharam na obra, com o plantio de espécies nativas. “Precisamos olhar além do presente e ter uma compreensão holística dos aspectos sociais, ambientais e econômicos, para alcançar uma maior qualidade de vida para as comunidades do presente e do futuro”, discursou.

No encerramento das apresentações, José Fernando Bruno, do DERSA – Desenvolvimento Rodoviário S.A., relatou outro caso de êxito “Rodoanel e seus efeitos nas áreas de mananciais”, sobre o licenciamento ambiental do trecho sul do anel viário, que resultou em 13 audiências públicas desde 2002 e mais de 500 cópias do Estudo de Impacto Ambiental – EIA distribuídas. “O Rodoanel conseguiu uma licença mais importante que a ambiental, a social. A população compreendeu a importância desta obra”, concluiu.

O último “Meio Ambiente em Debate” sobre construção civil sustentável procedeu os ciclos de debates dos dias 02/10 e 15/10, que abordaram as questões “Projeto e desempenho: conforto ambiental em edificações” e “Insumos e resíduos e materiais ecoeficientes”, respectivamente, com a apresentação de especialistas das mais diferentes áreas de abrangência do tema.

Valéria Daurte 

Da Secretaria Estadual de Meio Ambiente

(I.P.)



11/07/2007


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