Brasil lidera construção do desenvolvimento sustentável, afirmam senadores
A Rio+20 deixa como legado o protagonismo do Brasil em negociações globais sobre o meio ambiente e atesta a liderança do país na construção do desenvolvimento sustentável. Essa é a opinião de senadores que participaram nesta terça-feira (3) de debate na Comissão de Meio Ambiente (CMA), sobre a conferência realizada no Rio de Janeiro.
– O Brasil é um país que reúne as melhores condições para liderar esse processo de desenvolvimento sustentável. É um país que conseguiu aliar crescimento econômico com redução da pobreza, distribuição de renda e redução do desmatamento, em um ambiente de consolidação da democracia – disse Rodrigo Rollemberg (PSB-DF).
Além do ambiente democrático, o senador, que preside a CMA, destacou como diferenciais brasileiros a abundância de água, a biodiversidade, a diversificação da matriz energética e uma produção agrícola capaz de garantir segurança alimentar.
O potencial agrícola do país também foi destacado pelo senador Sérgio Souza (PMDB-PR), que lembrou a crescente demanda mundial por alimentos.
– Há poucas décadas, o Brasil era um grande importador de alimentos e hoje é o segundo maior exportador de alimentos e pode ser o primeiro exportador e produtor de alimentos do planeta – disse, ao destacar que o avanço da agricultura pode ocorrer pela maior eficiência na utilização das terras do que pela abertura de novas áreas.
Ele argumentou que o país deve perseguir o aumento da produção de alimentos de forma combinada com o uso sustentável dos recursos naturais e disse considerar que a continuidade da humanidade está diretamente ligada à eficiência na produção de energia e de alimentos.
Já o senador Eduardo Braga (PMDB-AM) manifestou confiança no protagonismo brasileiro na promoção da economia verde, em especial pela compensação àqueles que preservam os recursos florestais, por meio do pagamento por serviços ambientais.
Petróleo
Sobre questão energética, em especial sobre o uso de energia fóssil, Rollemberg disse que o Brasil não pode abrir mão de suas reservas de petróleo, mas deve explorá-las de maneira estratégica, direcionando seus lucros para a promoção de avanços na educação e na inovação tecnológica.
Opinião semelhante foi manifestada por Eduardo Viola, especialista em negociações climáticas e professor da Universidade de Brasília (UnB), convidado para o debate na CMA. Para ele, o nível educacional da população e a densidade de ciência e tecnologia internalizada na sociedade formam o capital humano necessário à promoção do desenvolvimento.
– O mais decisivo para o desenvolvimento sustentável não são os recursos naturais, mas sim o capital humano e tecnológico, sendo a educação elemento fundamental – disse o especialista.
Grandes eventos
No debate, os senadores destacaram a capacidade do país de promover grandes eventos e parabenizaram o governo brasileiro pela condução da conferência da ONU. Para Ana Rita (PT-ES), os representantes brasileiros mostraram competência como negociadores nas reuniões mantidas pelos chefes de Estado e de governo.
Também Eduardo Braga e Eduardo Suplicy (PT-SP) elogiaram os organizadores da Rio+20. Para eles, o Brasil demonstrou maturidade na condução do evento.
Ao final do debate, Suplicy sugeriu à CMA que convide Gisele Bündchen, modelo e embaixadora da Boa Vontade das Nações Unidas para o Meio Ambiente, para debate sobre os desdobramentos da Rio+20. Conforme informou, a modelo estará em Brasília em agosto, quando deverá participar de reunião com a presidente Dilma Rousseff.
03/07/2012
Agência Senado
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