Cineastas apresentam proposta para financiamento do cinema infantil
Representantes do Fórum de Defesa e Promoção do Cinema Infantil Brasileiro entregaram nesta quinta-feira (20) um documento oficial à Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) com proposta para a implantação de uma política pública para o audiovisual direcionado às crianças.
A sugestão é de que a produção de filmes infantis receba no mínimo 25% dos recursos do orçamento dirigido ao setor. O documento de cineastas, produtores e exibidores é assinado por Ziraldo, Carla Camurati e Xuxa Meneghel, entre outros. A entrega foi feita ao senador Cristovam Buarque (PDT-DF), titular da comissão, pela coordenadora do Festival Internacional de Cinema Infantil, Anna Karina de Carvalho.
Os participantes da reunião enfatizaram as dificuldades do cinema nacional nessa área e citaram como exemplo o tempo levado para realização de longas-metragens: seis anos para produzir Tainá (I e II), que mostra as aventuras de uma indiazinha na Amazônia, e até nove anos para fazer o filme O Menino Maluquinho, baseado no personagem de quadrinhos de Ziraldo.
O produtor cultural Nilson Rodrigues reiterou que o Brasil não tem produções infantis para competir com o cinema internacional e lembrou que no país são produzidos cerca de cem filmes por ano. Desse total, quase nenhum é destinado às crianças, justamente os espectadores que representam 35% da bilheteria. Apenas 2% dos filmes nacionais são específicos para o público infantil.
O cineasta Sérgio Sanz acrescentou que as crianças precisam de heróis no cinema brasileiro para fortalecer a cidadania, a exemplo do que ocorre no cenário internacional, em que super-heróis como Batman dominam as telas.
Cristovam Buarque prometeu a apresentação de um projeto de lei no Senado, além de um trabalho de convencimento do governo federal para determinar às estatais que garantam os recursos necessários para o patrocínio das produções infantis.
O senador também espera conseguir que o próprio executivo apresente um projeto para financiar o audiovisual para a infância, o que considera fundamental para estimular uma “cultura de cinema” no Brasil.
– Cada criança que vai hoje ao cinema é um adulto que vai para o cinema depois – afirmou.
20/09/2012
Agência Senado
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