Ciro desafia "barões paulistas"








Ciro desafia "barões paulistas"
Candidato do PPS chama Serra de "despudorado, covarde e desleal"

MONTES CLAROS (MG) - O presidenciável Ciro Gomes (PPS) fez na noite de anteontem, em Montes Claros, um dos discursos mais duros e diretos até aqui nesta campanha. Dizendo ter carregado sua pilha em Minas, pediu desculpas aos presentes para atacar não apenas José Serra (PSDB), mas também os "barões de São Paulo". E desafiou: "Eles que venham!".

"Não faltam razões para a gente estar indignado. E eu sou um indignado que não vai ser amansado. Isso eu não estou dizendo para vocês, estou dizendo para os barões de São Paulo. Eu não vou ser amansado. Eu topo até voltar para casa de cabeça erguida, eu topo até largar a vida pública, mas enquanto por vocação eu estiver na vida pública, eu não serei levado pelo cabresto de barão de São Paulo. Que isso fique bastante claro. E isso não é desequilíbrio, não é pavio curto", afirmou.

Dizendo-se "limpo e experiente", falou da sua indignação com os problemas sociais e a miséria da população. Atribuiu as mazelas à "frieza com que esses barões querem mandar no Brasil", dizendo que os brasileiros devem se "vacinar" contra isso. Após sua fala, indagado sobre quem seriam os barões, não nominou setores. Disse apenas que "certamente não é o povo trabalhador de São Paulo".

"Eu sou um homem de luta. Muita luta foi a minha vida inteira, mas poucas vezes eu lutei com um adversário tão desleal, tão covarde, tão despudorado", disse em seu discurso. Fez críticas ao modelo econômico e ao presidente Fernando Henrique.

Prometeu investigar a fundo as privatizações realizadas por FHC e outras acusações de improbidade, citando Ricardo Sérgio, o ex-colaborador de campanha passada de Serra.

"Tudo o que Juscelino Kubitschek fez, que Getúlio Vargas fez e que outros presidentes fizeram foi vendido em sete anos, com a privatização cheia de notícias mal explicadas, de Ricardo Sérgio pedindo propinas para financiar campanhas neste País". Ciro voltou a criticar Serra por prometer 8 milhões de empregos, alegando que o Governo FHC "produziu 11,7 milhões de desempregados", e defendeu que políticos que não cumprem o que prometem percam o mandato.


Contracheque pelo correio eletrônico
BRASÍLIA - Os servidores públicos federais ativos, inativos e aposentados poderão receber seus contracheques através de correio eletrônico. A Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão já está oferecendo o serviço para os contracheques do mês de agosto.

Para recebê-los atualizados, todos os meses, basta o servidor acessar o endereço eletrônico www.siapenet.gov.br e fornecer a senha que todos os funcionários públicos têm cadastrada para entrar no sistema.

Caso alguém não se lembre da sua senha, é possível obtê-la no mesmo local. Para isso, basta fornecer a identificação única de nove dígitos. Os servidores públicos recebem esta identificação, todos os meses, nos contracheques impressos que são entregues pelas unidades pagadoras. A identificação encontra-se na parte externa do contracheque, abaixo do número de matrícula Siape, segundo informa a Secretaria de Recursos Humanos

Uma vez fornecidos os dados de forma correta, é aberta uma caixa de diálogo onde é oferecido ao servidor o termo de opção, autorizando a secretaria a enviar o contracheque pelo correio eletrônico. Ao preenchê-lo, o servido está, automaticamente, suspendendo a emissão do contracheque em papel. No entanto, o servidor poderá continuar a consultar e imprimir os contracheques dos últimos doze meses, autenticados por meio do Siapenet.


Moradia terá R$ 200 milhões/mês
Em oito anos setor da habitação deve receber recursos que podem chegar a R$ 33,7 bilhões

SÃO PAULO- A partir de hoje, o setor imobiliário deve começar a receber uma injeção de recursos mensal de cerca de R$ 200 milhões para financiar a compra da casa própria.

O dinheiro extra para o setor vem de um pendência antiga. Na época do Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer), o Banco Central permitiu que os bancos que venderam os créditos que tinham no Fundo de Compensação de Variações Salariais (FCVS) para as instituições que foram liquidadas continuassem computando esses valores como financiamento habitacional.

Uma resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) de final de julho determinou que as instituições financeiras voltem a direcionar esses recursos para a habitação a partir deste mês. A expectativa é de que, em oito anos, o setor receba R$ 33,7 bilhões.

"Esses recursos vão melhorar a oferta de crédito para a compra de imóveis destinados às classes média e média-baixa", diz Romeu Chap Chap, presidente do Secovi-SP, o Sindicato da Habitação.

Segundo ele, a recuperação desse segmento de mercado, exatamente aquele que tem sido o mais penalizado pela falta de financiamento, deverá ser lenta e gradual. "Os consumidores de alta renda não precisam de financiamento e foram os que mais compraram nos dois últimos anos. A classe com menor renda também tem sido atendida com recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS)", observa.

A lacuna do financiamento, portanto, ficou para a classe média. A Caixa Econômica Federal, praticamente a única instituição voltada para esse público, fechou a linha de crédito em agosto de 2001. A perspectiva, portanto, é de que esses novos recursos voltados para os financiamentos destinados à classe média garantam sustentação ao mercado imobiliário, que anda aquecido nos últimos meses por causa da migração das aplicações financeiras para os ativos reais.

Ele ressalta que depois do confisco da poupança, quando Fernando Collor assumiu a Presidência em março de 1990, e os recentes episódios de confisco dedepósitos na Argentina e Uruguai, a população que tem algumas economias ficou psicologicamente assustada. Apesar do aquecimento do mercado, que deverá continuar ativo nos próximos meses, o diretor da Fernandez Mera Negócios Imobiliários, Gonzalo Fernandez, diz que não tem sentido esperar aumento de preços porque a oferta de imóveis é grande e o mercado está muito competitivo.

É bem verdade que, quando começou a disparada do dólar, os preços dos imóveis de alto padrão tiveram aumento. Mas, para a maior parte dos imóveis, não houve esse acerto nas cotações. Segundo o presidente da construtora Company, Walter Lafemina, os preços hoje são justos. Ele argumenta que nunca o setor imobiliário apostou tanto em ganhos de produtividade e adaptação de projetos para diminuição efetiva das margens de lucro.


Juros engolem 29,83% do orçamento
SÃO PAULO- No País com as taxas de juros mais altas do Mundo, os encargos financeiros chegam a engolir 29,83% do orçamento doméstico. De cada cem reais gastos mensalmente pelos brasileiros, R$ 29,83, em média, são usados para pagar juros do cheque especial, do cartão de crédito ou do crediário da loja. Das despesas correntes da família brasileira hoje, 24,61%, em média, são destinados à habitação (aluguel ou prestação da casa própria e manutenção) e 22,82%, à alimentação. O pagamento de tarifas públicas, como energia elétrica e telefone, leva R$ 4,53 de cada cem reais.

Este é o resultado de uma pesquisa da Anefac, a associação que representa os executivos de finanças e administração, que entrevistou 3.477 consumidores de São Paulo entre junho e agosto, mas o resultado pode ser aplicado a qualquer grande metrópole brasileira. O estrago é maior entre os assalariados com menor poder aquisitivo, justamente os que mais dependem do crediário convencional. Chega a 35,43% para quem ganha de um a cinco salários-mínimo s (R$ 200 a mil reais), mais do que os 27,44% gastos com habitação e 19,35% com alimentação. O peso dos juros também é expressivo na faixa de renda entre cinco e dez mínimos (33,62% das despesas totais) e até 20 salários (32,95%). Só entre os trabalhadores com salário acima de R$ 10 mil o desembolso com juros é menor em relação a outras despesas - 19,08%, contra 29,03% com alimentação e 22,32% com habitação.

Em relação à sondagem realizada pela Anefac em março do ano passado, a mordida dos juros avançou 9,27% sobre o orçamento do brasileiro. Em 2001, o peso dos encargos era de 27,30% na média das cinco faixas salariais pesquisadas, mais ou menos o peso das principais despesas. Os contratos de concessão garantiram às empresas privatizadas uma folga na hora de reajustar suas tarifas. De agosto do ano passado até o fim de julho, a inflação calculada pela Fipe na cidade de São Paulo foi de 5,18%. No mesmo período, o grupo utilidades públicas, que engloba os serviços públicos, registrou variação de 11,16%.

Só as tarifas de energia elétrica subiram 17,66%. O gás de botijão, que levou o governo a impor às empresas uma redução de preços, subiu 39,28%. De novo, o peso maior recai sobre as faixas de renda até cinco salários-mínimos, com impacto de 5,24%.

Acima de 50 mínimos, as tarifas representam 4,48% das despesas mensais. Responsável pela pesquisa, o vice-presidente da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, afirma que o consumidor precisou abrir mão de outros gastos para compensar a alta dos juros e das tarifas públicas no último ano.


Mercado deve abrir em alta
SÃO PAULO- Dólar e risco-país em queda e Bolsa em alta. Essa é a expectativa de analistas para a reabertura dos negócios hoje, dia de virada de índice na Bovespa. O empate técnico entre os candidatos à Presidência Ciro Gomes (PPS) e José Serra (PSDB), apontado pela pesquisa do Datafolha publicada ontem, deve dar otimismo ao mercado, segundo executivos de bancos e corretoras.

O novo índice da Bovespa e a possibilidade de o Banco Central usar o viés de baixa para reduzir a taxa básica de juros também devem movimentar o mercado.

Ciro perdeu seis pontos percentuais e está com 20% das intenções de voto, contra 19% de Serra. O tucano subiu sete pontos percentuais em relação à última pesquisa, realizada há duas semanas.

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manteve 37% das intenções de voto e segue líder da disputa. Anthony Garotinho (PSB) tem 10%.

Segundo analistas, há espaço para melhora do cenário, porque investidores teriam reagido com certa cautela à melhora do desempenho do candidato governista, reveladano início da semana passada por sondagens dos institutos Ibope e Vox Populi.

"O crescimento de Serra ainda não entrou totalmente nos preços. Estavam num patamar que não refletia a diferença de quatro pontos percentuais que havia entre ele e Ciro", diz Beto Scretas, da Schroeder Brasil.

O tucano é o candidato preferido pelo mercado por ser considerado o de maior credibilidade com investidores estrangeiros.

"O empate entre os dois candidatos aumenta a zeração da posição vendida em Brasil, e isso pode levar a um patamar bem melhor", afirma Pedro Thomazoni, do Lloyds TSB.

Analistas afirmam que é grande o número de investidores vendidos (que apostam na queda) em títulos da dívida brasileira e em moeda (vendidos em real e comprados em dólar).

A perspectiva de queda do câmbio aumenta a possibilidade do uso do viés de baixa, anunciado pelo Banco Central na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) no último dia 20.

"Se o dólar ficar abaixo de R$ 3, por dois ou três dias, é possível que o BancoCentral use o viés. E o que faz o dólar cair é o Serra subir", diz Thomazoni.

Economistas dizem que esta seria a última semana para o BC usar o instrumento, em razão da proximidade da próxima reunião.

Na quarta-feira, sai o IPC da Fipe. A expectativa é de 1,05%. O anterior foi de 0,67%.

Apesar da má notícia, "embora esperada", de alta do IGP-M (para 2,32%), analistas dizem que o dólar preocupa mais que a inflação. Com a nova meta, ela pode chegar a 9%.

"Boa parte da inflação é causada pela alta do câmbio. O mais importante para o BC é a queda e a diminuição da volatilidade do dólar", afirma um economista.

Net e Embratel crescem 292,30% e 64,37%, respectivamente, em participação na nova carteira do Ibovespa, segundo a ultima prévia do índice que vigora de amanhã a dezembro, com 56 ações. "O risco é haver forte pressão compradora por esses papéis, os preços cederem e macularem a melhora do Ibovespa, decorrente do resultado da pesquisa", diz Scretas.


Capital para emergentes caiu em 7 anos
RIO- O fluxo de capitais para os países emergentes em 2002 pode ser o mais baixo nos últimos sete anos, ficando em torno de US$ 130 bilhões. O declínio será particularmente forte na América Latina, e se acentuou a partir de abril deste ano. Para o Brasil estimam-se recursos da ordem de US$ 17 bilhões este ano.

A previsão de fluxo de capitais privados para as economias emergentes do Instituto de Finanças Internacionais (IIF) está sendo revista para baixo, com um drástico declínio para a América Latina tendo sido registrado desde abril. A informação é de David Gould, responsável pela publicação periódica deste documento de projeção dos fluxos de capitais para os mercados emergentes. O IIF, em Washington, é patrocinado pelos maiores bancos do mundo.

A última previsão oficial foi feita em abril, e era de um fluxo total de US$ 160 bilhões para todos os emergentes em 2002.


Colunistas

DIARIO POLÍTICO - César Rocha

Forçado ao debate?
O governador-candidato Jarbas Vasconcelos (PMDB) deve ter em mãos pesquisas mostrando que começa a surtir efeito a campanha da oposição no guia eleitoral. Faz duas semanas que os adversários bombardeiam a candidatura dele com ataques aos problemas na área de Segurança e ao esgotamento dos recursos da Celpe. Jarbas havia autorizado a coordenação do guia dele a fazer um contra-ataque curto, mas duro. Por isso, está no ar diariamente e repetidas vezes a cada horário político na TV e no rádio a secretária eletrônica com o recado contra os petistas: "PT: bom para reclamar, ruim para governar". Ontem havia um avião puxando uma faixa sobre Boa Viagem com a primeira parte dessa frase. Mas o fato novo é a decisão do governador de reforçar o contra-ataque a partir de hoje. Jarbas anunciou isso no sábado, quando fez rápida visita ao Mercado da Madalena, no Recife. Para que se entenda o que realmente pode significar tal decisão dele, vão aqui algumas informações. A aliança jarbista tem feito pesquisas qualitativas e quantitativas com muita freqüência. Algumas delas diariamente. Nas quantitativas, que retratam os desejos da população em determinado momento, tem-se entrevistado grande número de pessoas em todo o Estado. Gente da aliança fala em mais de três mil - o que representa maior precisão nas sondagens. Só a título de comparação: a pesquisa do Ibope em que Jarbas aparece com 63% e Humberto Costa (PT) com 12% ouviu 1,2 mil pessoas. As qualitativas, que medem a opinião média dos eleitores, têm sido feitas diariamente. É partir desses instrumentos, caríssimos, do marketing político moderno que Jarbas e os aliados decidem o que fazer: o que veicular no guia, como reagir às provocações da oposição. E se os governistas decidiram recorrer à munição que haviam preparado contra os adversários é porque algo está dando certo para eles - os inimigos. O que exatamente? As pesquisas do Ibope mostram que o problema que mais preocupa os pernambucanos é a violência. A oposição, depois que resolveu unificar seus guiaseleitorais, não fala em outro assunto.

Após o conflito de ontem com a PM na carreata de Humberto e da pitoresca fuga de mais um detento do Presídio de Igarassu, certamente teremos nova semana de grandes emoções no guia.

Lula (PT) chega dia 10 a Pernambuco. Desembarca às 15h em Caruaru para encontro com trabalhadores rurais do nordeste. Às 21h participa de comício no Recife. A dúvida é se será no Marco Zero ou na Praça do Carmo

Companheiro I
João Paulo (PT) conversou por cerca de duas horas com o presidente da Venezuela, o polêmico Hugo Chávez. Foi ontem de madrugada, quando a PCR promoveu uma recepção à comitiva do venezuelano, que fez escala técnica no Recife, às 3h15, antes de seguir viagem à África do Sul, onde acontece a Rio+10.

Companheiro II
Hugo Chávez perguntou bastante a João Paulo sobre as eleições presidenciais brasileiras e orçamento participativo. Como socialistas, estavam à vontade. Também se falou sobre o Programa Saúde na Família com a ministra da Saúde da Venezuela, Maria Urbaneja, que integrava a comitiva.

Esforço
Um influente deputado tucano não escondia a surpresa com o que é capaz de fazer uma campanha. Foi, no sábado, durante a visita de Jarbas ao Mercado da Madalena. Ele observava Sérgio Guerra (PSDB), homem rico e pouco afeito ao álcool, tomando uma cerveja em meio aos populares: "É o fim do mundo."

Sozinho
Petistas observavam ontem, durante a carreata da Humberto Costa (PT), que as faixas de Carlos Wilson (PTB) colocadas nos prédios da Avenida Boa Viagem não tinham o nome de qualquer outro candidato. Nem mesmo de Ciro Gomes (PPS).

Menos um
A aliança que apóia a candidatura de Dilton da Conti (PSB) a governador perdeu mais um aliado. A direção do PRTB de Collor manda avisar que está fora da coligação e que vai pedir ao TRE o tempo de TV a que tem direito.

Promessas
O coordenador nacional para a área de cultura da campanha de Lula, Hamilton Pereira, esteve no Recife no final de semana e garantiu que o presidenciável petista irá construir um centro cultural em cada um dos municípios brasileiros. Só tendo mesmo o Banco Central como fábrica de dinheiro.


Editorial

RECONSTRUÇÃO NAS RUAS

Os argentinos continuam a se manifestar na rua contra seus governantes. Ainda na última semana as ruas de Buenos Aires e de outras cidades do país protagonizaram manifestações populares, onde o lema era "que saiam todos" de seus cargos e que ocorram eleições gerais. A intenção dos manifestantes é a de fazer "uma limpeza" nos três Poderes e realizar eleições em todos os níveis com o objetivo de "reconstruir a nação".

Ruas, avenidas, pontes, estradas e rodovias foram bloqueadas pela multidão e o trânsito em Buenos Aires tornou-se um caos. As mais diversas passeatas, não só na capital federal, mas nas grandes e pequenas cidades, encheram as principais avenidas. Desempregados, aposentados, funcionários públicos, profissionais liberais, classe média, classe baixa, estudantes, crianças, todos estão irmanados em torno do slogan do movimento vindo das assembléias populares: "Para que se vayan todos" (para que saiam todos).

A manifestação foi convocada pelos dois deputados e candidatos de esquerda, Elisa Carrió(ARI-Alternativa para uma República de Iguais) e Luis Zamora (Auto-determinação e Liberdade), e o sindicalista Víctor De Gennaro (CTA- Confederação dos Trabalhadores Argentinos). Além das passeatas e bloqueio de trânsito, o protesto contou com os tradicionais panelaços na praça de Maio.

Na sexta-feira passada, o ministro de Economia, Roberto Lavagna, enviou carta à diretoria do Fundo Monetário Internacional pedindo, formalmente, a prorrogação por um ano da dívida de US$ 2,7 bilhões que vence no próximo dia 9 de setembro. O organismo já acenou com a possibilidade de postergar o vencimento desta parcela da dívida, mas a diretoria terá que analisar o pedido em reunião que será realizada no dia 4 de setembro, no mesmo dia em que estará desembarcando a nova missão técnica do FMI a Buenos Aires.

A situação do país platino é de preocupar os vizinhos. E, por outro lado, o Senado se acha outra vez sob suspeita de envolvimento com subornos para frear a lei que restitui a contribuição de 2% das comissões e juros que os bancos cobram para a obra social (plano de saúde) dos bancários. A acusação é grave, pois assinala que alguns parlamentares pediram propinas aos bancos estrangeiros para congelar um dos projetos de lei da oposição.

O desenrolar da crise no país platino deverá ter graves repercussões no Mercosul. O Brasil, por seu turno, deverá se preparar com mais seriedade para enfrentar as turbulências que devem emigrar de Buenos Aires.

Ainda que, apesar de todos os fatores negativos, a tendência do Governo brasileiro seja de confiar numa possível melhora da atual situação.

Por causa de mais de quatro anos de recessão e de crises, salienta-se nos meios financeiros da América Latina e junto aos integrantes do Mercosul, que os resultados econômicos ligados às empresas argentinas são preocupantes e dignos de uma história de terror.


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09/02/2002


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