Ciro: "FHC manipula cargos"



Ciro: "FHC manipula cargos". O presidenciável Ciro Gomes (PPS) acusou ontem o presidente Fernando Henrique Cardoso de "manipular cargos públicos para fins explícitos de aliciamento eleitoral". Ele referiu-se às articulações do Palácio do Planalto para tentar barrar o crescimento do PPS, oferecendo cargos para evitar novas adesões à legenda. "Isto é crime. Ninguém lembra que isto é uma figura penal, que é um despudorado e fisiológico argumento que pelo menos no passado se disfarçava", afirmou. Para Ciro Gomes, a estratégia não é nova. "No auge da crise energética, por exemplo, o presidente, por puro fisiologismo, nomeou o senador José Jorge ministro de Minas e Energia", afirmou. O presidenciável aproveitou para lembrar que não descarta a aliança com o PDT. "Tenho como adversário claramente as forças do atual govemo. Todas as outras forças não são minhas adversárias", garantiu. Governo não desiste de Malan. A esperança é a última que morre no PSDB quando se trata da filiação do ministro da Fazenda, Pedro Malan, ao partido. Mas ele permanece irredutível, para o desconsolo da base governista. Ontem, durante reunião no Palácio do Planalto, Malan fez uma exposição aos líderes partidários da base aliada para convencê-los de que o cenário econômico é delicado e, portanto, não existe possibilidade de aumento de despesas para a proposta orçamentária de 2002. O ministro do Planejamento, Martus Tavares, elogiou o desempenho do colega e aproveitou para fazer uma brincadeira: Malan, que tem ótima retórica, deveria se filiar logo ao partido e disputar a eleição em 2002. Discreto como sempre, o ministro da Fazenda desconversou, mas retribuiu a brincadeira, lembrando que Martus Tavares já tinha feito isso por ele. Na semana passada, Tavares assinou a ficha de filiação ao PSDB. O prazo de filiação partidária para quem pretende disputar eleição em 2002 termina amanhã. Relatório separado incrimina Maluf. A CPI do Plano de Atendimento a Saúde (PAS) aprovou ontem à tarde o relatório em separado que responsabiliza o ex-prefeito Paulo Maluf pelo mau gerenciamento do programa. O relatório em separado apresentado pelos vereadores Carlos Neder (PT) e Carlos Alberto Junior (PSDB) envolveu nas conclusões das investigações o nome de Maluf. A relatora Myryam Athiê (PMDB) não havia citado em seu relatório final o nome do ex-prefeito como "responsável pela implantação do PAS em São Paulo". O relatório final e o aditivo serão enviados ao MP estadual para que sejam investigadas as responsabilidades dos envolvidos no mau gerenciamento do PAS. O rombo chega a R$ 1,7 bilhão, segundo o presidente da CPI, Adriano Diogo. O ex-prefeito Paulo Maluf disse, por meio de sua assessoria, que o aditivo ao relatório é "essencialmente e descaradamente político". Para ele, o aditivo só foi apresentado porque ele está em primeiro lugar nas pesquisas para a eleição do próximo ano. Fogaça sonha em ver Pedro Simon no PPS O senador acredita também que seu novo partido poderá fazer uma aliança com o PMDB para as eleições do próximo ano O senador José Fogaça disse ontem que ainda espera que o senador Pedro Simon (PMDB) poderá um dia seguir o mesmo caminho traçado por ele e entrar no PPS, embora o próprio Simon acredite que possa vencer as forças que dominam o PMDB. "Há dez anos o senador Roberto Freire convidou a mim e ao senador Simon para entrar no PPS. Portanto, essa é uma esperança que não morre", admitiu. Para Fogaça, não é impossível ocorrer uma aliança com o PMDB para as eleições de 2002. "Sou sempre favorável à união das forças democráticas, aquelas que aceitam respeitar os outros e que não são fundamentalistas", explicou. José Fogaça fez ontem sua primeira visita ao diretório do novo partido como filiado. A assinatura da ficha foi feita na tarde de quarta-feira. Fogaça preferiu assiná-la sem publicidade, como aconteceu na sua entrada no PMDB, há 30 anos. Jader envia carta de renúncia por uma funcionária Presidente do Senado, Ramez Tebet, recebeu ontem à noite o documento e deve ler em plenário antes de mandar publicar Sem o mandato e sem a imunidade parlamentar, Jader deve sofrer ação na Justiça pedindo a indisponibilidade dos seus bens. Procuradores em quatro estados aguardavam por isso. O presidente do Congresso Nacional, senador Ramez Tebet (PMDB-MS), recebeu ontem à noite a carta de renúncia do senador Jader Barbalho (PMDB-PA). O pedido de renúncia foi entregue por volta das 20h por Maria Eugênia, uma funcionária do gabinete de Jader. A decisão de renunciar foi anunciada após o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado aprovar a abertura de um processo por quebra de decoro. Sem o mandato e sem a imunidade parlamentar, Jader já deve sofrer uma ação na justiça pedindo a indisponibilidade dos seus bens. Procuradores da República de Tocantins, do Para, do Mato Grosso e do Amazonas aguardavam a renúncia do senador para intimá-lo a depor no processo que apura desvio de recursos da Sudam. Eles devem pedir a quebra de sigilo do acusado e denunciá-lo por desvio de dinheiro público. Retirada de candidato estadual do PT dispensa segundo turno. David Stival, da Articulação Esquerda, é o novo presidente estadual do PT, sem precisar disputar o segundo turno das eleições, pois seu concorrente, Paulo Ferreira, do PT Amplo, retirou a candidatura. A formalização foi feita ontem, num restaurante do Mercado Público de Porto Alegre, onde compareceram prefeitos, vereadores e de mais filiados. "Esta é uma manifestação pela unidade do partido e reequilíbrio das representações na composição da chapa majoritária às eleições de 2002", afirmou Ferreira. Classificou a iniciativa como "um acordo político intemo para reforçar a candidatura de Lula", enfatizou. O presidente eleito, David Stival, ressaltou que a retirada da candidatura de Ferreira "não é uma troca de favores, visando a um futuro apoio". Stival reforçou a idéia de unidade no PT e revelou que, até novembro, a Articulação Esquerda deverá ter a definição de quem apoiará numa possível prévia ao governo do estado. O prefeito de Porto Alegre, Tarso Genro, não esteve presente, por estar viajando, mas deixou carta onde ressalta a importância do diálogo. Policiais são barrados no Piratini Funcionário do Palácio recebeu na rua as reivindicações dos sindicalistas Um cordão, formado por seguranças na porta do Palácio, impediu que os PM9 civis e militares entrassem. Governo alega que eles não tinham agendado o encontro. Integrantes de associações de classe da Polícia Civil, Brigada Militar, Superintendência do Sistema Penitenciário (Susepe) e Instituto Geral de Perícias (IGP) foram barrados na porta do Palácio Piratini, ontem à tarde. Os sindicalistas queriam entregar uma carta ao governo, pedindo que não vetasse a emenda ao projeto de lei que concede reajuste de 27,94% aos servidores de nível médio da segurança. A possibilidade de uma paralisação dos policiais, segundo o presidente da Federação das Entidades de Classe da Área de Segurança Pública do Estado do Rio Grande do Sul (Fecasp), Aldoir Prates, ficou mais forte com a atitude do governo. Editorial O custo do protecionismo Depois dos ataques terroristas em Nova York e Washington, o governo dos Estados Unidos tem sofrido pressão, por parte dos sindicatos e do Congresso, para aumentar a proteção a áreas vulneráveis de sua economia. Enquanto injeta bilhões de dólares para evitar a recessão, o governo Bush estuda medidas que poderão afetar negativamente os exportadores brasileiros. No final de setembro, a indústria siderúrgica norte-americana entrou com um pedido de investigação de prática de dumping e subsídio contra produtores de aço laminado a frio, incluindo o Brasil entre os investigados. As tarifas de importação são altíssimas para os produtos brasileiros. Enquanto a média tarifária dos produtos que importa é de 3%, os EUA cobram uma tarifa média de 45,6% sobre os 15 principais produtos brasileiros de exportação. Outro fator que pode afetar a economia brasileira é a lei, em tramitação no Congresso americano, que amplia os subsídios agrícolas. A "Farin Bill", que deve entrar em vigor a partir de setembro de 2002, permitirá que o agricultor receba recursos do governo toda vez que seu produto caia abaixo de um determinado valor. Além disso, o governo dos Estados Unidos pretende ampliar as medidas de inspeção fitossanitária de frutos e alimentos exportados pelo Brasil. Tudo indica que a nova onda protecionista vai ter um custo alto para o Brasil. A extensão deste impacto negativo vai depender da capacidade dos Estados Unidos em recuperar sua economia. Topo da página

10/05/2001


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