CMA quer explicações sobre falta de redes para transmitir energia de usinas eólicas prontas
A Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) vai solicitar às autoridades do setor elétrico explicações sobre a falta de redes de transmissão para garantir o aproveitamento da energia de usinas eólicas concedidas pelo governo em 2009. As unidades estariam prontas para operar, mas estão paradas por falta de linhas de transmissão para a energia chegar ao consumidor.
O pedido foi aprovado pela comissão nesta terça-feira (6), por sugestão do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP). Ele lembrou que o assunto foi abordado em reportagem do jornal O Estado de S. Paulo e, pelos dados atribuídos à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), 32 dos 71 parques eólicos leiloados em 2009 estão parados por falta de linhas de transmissão.
- Me parece delirante. É um exemplo evidente de falta de planejamento, de falta de rigor no trato das coisas – criticou.
Aloysio Nunes disse que as autoridades precisam explicar "o descasamento” entre a construção das usinas e das linhas de transmissão. Aos colegas, informou que o problema vai gerar uma conta de R$ 500 milhões, já que todo modo a energia terá de ser paga aos concessionários.
- E quem vai pagar será o consumidor, ou seja, todos nós – protestou.
Reservas indígenas
Por sugestão do senador Ivo Cassol (PP-RO), a comissão aprovou ainda audiência pública para que seja ouvido o cacique Almir Suruí, líder do povo Suruí, de Roraima. O objetivo é debater a preservação das florestas e da biodiversidade, sob a ótica do novo Código Florestal, sem que isso represente vedação ao aproveitamento de recursos naturais. A seu ver, a adoção de regras para a exploração de madeira e recursos minerais beneficiará as comunidades indígenas e evitará os conflitos decorrentes da exploração ilegal.
Na sequencia, Aloysio Nunes obteve ainda a aprovação de pedido de diligência da comissão na reserva Roosvelt, onde apontou a existência de exploração de ilegal de recursos, inclusive com trabalho escravo. Eduardo Braga (PMDB-AM) sugeriu que a ação alcance outras regiões, para conhecimento tanto de exemplos positivos quanto negativos de atividades econômicas dentro das reservas indígenas.
06/11/2012
Agência Senado
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