Coletivo Fora do Eixo e Mídia Ninja serão debatidos em audiência por duas comissões




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A Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) promoverá audiência pública para debater o papel do Coletivo Fora do Eixo (FdE) e da Mídia Ninja (Narrativas Independentes Jornalismo e Ação). Marcada para 3 de dezembro, a audiência será realizada em conjunto com a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), conforme proposta do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) aprovada pela CE nesta quarta-feira (16).

O FdE reúne coletivos culturais em todo o país e tem na Mídia Ninja um braço para a área de comunicação colaborativa.

Durante os protestos realizados em junho em todo o país, a Mídia Ninja ganhou atenção pela cobertura das manifestações, por meio de vídeos e fotos, em tempo real, utilizando principalmente celulares, notebooks e tablets.  Randolfe observou que as duas organizações estão sendo bastante “criminalizadas” e julgou que essa é mais uma razão para o debate sobre sua atuação.

Um dos convidados é Pablo Capilé, fundador do FdE, além de Bruno Torturra, que integra a Mídia Ninja. Entre outros, serão ainda chamados Ivana Bentes, professora de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro; e Cláudio Prado, produtor cultural e teórico da contracultura e da cultura digital; e Rodrigo Savazoni, jornalista e integrante do Fórum da Cultura Digital Brasileira.

Além dos conflitos entre a Mídia Ninja e as forças de segurança durante os protestos que se registram desde junho, os dois coletivos estiveram no centro de debates na internet sobre as novas formas de organização social baseadas em colaboração. O Fora do Eixo, por exemplo, foi criticado por falta de transparência em suas atividades, inclusive do ponto de vista financeiro, já que trabalha com verbas de incentivos culturais, e por não remunerar convenientemente artistas que participaram de eventos e festivais. Esta última crítica partiu principalmente da cineasta Beatriz Seigner. No auge dos protestos, registraram-se também reclamações de ex-integrantes do coletivo sobre o caráter pouco democrático da vida nas comunidades, que incluiria pressão psicológica com vistas a certas linhas de trabalho, comportamento e relações.

As críticas foram rebatidas por Capilé, que tem ressaltado o caráter alternativo e inovador do Fora do Eixo em contraposição aos meios convencionais de produção, divulgação e realização de espetáculos. O coletivo opera com uma moeda própria e troca de recursos entre as unidades espalhadas por vários estados. Sobre a convivência nas casas do FdE, Capilé vê como normal o fato de que nem todos tenham apreciado a experiência.



16/10/2013

Agência Senado


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