Collor defende tolerância à diversidade cultural e diz que Brasil é exemplo para Europa



Os últimos ataques terroristas na Europa foram objeto de análise, nesta terça-feira (27), em Plenário, do senador Fernando Collor (PTB-AL), que preside a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE). Ele mencionou o massacre na Noruega, no ano passado, que vitimou 76 pessoas, perpetrado por um neonazista, e o de Tolouse, na França, na semana passada, em que um extremista islâmico atirou contra três militares franceses muçulmanos e contra uma escola judaica, matando três crianças e um rabino.

- A xenofobia parece imperar num continente que foi forte sempre na defesa das correntes migratórias, que enriqueceram a nacionalidade de muitas nações, como o próprio Brasil – lamentou Collor, para quem a violência é uma “doença infecciosa” que atinge a Europa desconhecendo credo, raça ou cor.

Para o senador, a possibilidade de o atirador de Tolouse ter agido sozinho, assim como o terrorista de Oslo, é na verdade um fator agravante. Pois pode significar que o ódio encontra espaço mesmo sem ser impulsionado por organizações terroristas.

- A sociedade europeia está enveredando pelo caminho da intolerância cega e violenta. Cega porque não distingue vítimas – civis ou militares, brancos ou negros, muçulmanos ou judeus – e porque age como fator inibidor das forças positivas e progressistas da sociedade. E violenta porque escolhe o caminho do confronto para se manifestar, opta pelo caminho da supressão do debate, de imobilizar pela intimidação – afirmou Collor.

Para o senador, porém, o Brasil é um exemplo positivo, pela sua diversidade étnica e cultural. No país, acrescentou, “não há guetos”, e os imigrantes são recebidos com mente aberta e seguros de que enriquecerão a realidade do país com suas diferentes experiências. Collor não vê, no Brasil, “cessões às tentações da globalização homogeneizante”.

- Essa é a mensagem que o Brasil tem a dar ao mundo. Temos de pugnar pela paz, exigir o respeito à diversidade, compreender que as diferenças culturais enriquecem a experiência humana e não ceder às tentações da globalização homogeneizante. Temos de inculcar no processo de globalização, que é inexorável, o valor daquilo que não nos é habitual, nos é desconhecido, do novo. Façamos com que esses valores prevaleçam sobre o preconceito e a ignorância.

Segundo Collor, o esfacelamento do tecido social está ligado à perigosa tendência da comunidade internacional ao caminho do egoísmo e da falta de solidariedade. Para ele, nas grandes potências mundiais há falta de visão, ações imediatistas, ausência de pensamento estruturante para as gerações seguintes e desconsideração à importância da diversidade cultural para o seu crescimento.

- Entendo que um mundo autenticamente rico em conhecimento deve ser um mundo culturamente diverso. Assim, as fontes de diversidade cultural devem ser estimuladas, pois a perda de identidade cultural compromete não só a própria cultura, mas o desenvolvimento humano em seu conjunto.



27/03/2012

Agência Senado


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