Collor diz que a crise 'está longe de acabar' e aponta as obras do PAC como saída



O senador Fernando Collor (PTB-AL) alertou nesta terça-feira (10) para a durabilidade da crise financeira internacional . Na avaliação do ex-presidente da República, "a crise está longe de acabar" e não é hora para debates ideológicos sobre o rumo da crise ou mesmo de querer refundar o capitalismo.

- Não nos iludamos: a crise é de enormes proporções e está longe de acabar. Ela começa ruim e, paulatinamente, agrava-se com o tempo. Começou no sistema financeiro, mas já atinge o lado real da economia. E como num círculo vicioso, o processo retorna de forma talvez ainda mais crítica ao próprio sistema financeiro - afirmou.

Collor disse que, no Brasil, o canal de contaminação não foi, como em crises anteriores, o sistema financeiro, mas a redução brusca das exportações. O senador observou que o Brasil encontra-se em melhores condições do que nas outras crises, pois o governo Lula manteve a política econômica das duas últimas décadas, aprofundou suas bases com o aumento do superávit primário e a composição das reservas cambiais.

- É preciso recobrar a confiança. Tenho plena convicção que um novo Brasil pode emergir da crise mundial. No entanto, precisamos agir com firmeza, rapidez e planejamento. Trata-se do momento definido pelo economista Luiz Gonzaga Beluzzo como 'de adaptação das mentalidades à nova era' - alertou.

O senador assinalou que a crise é uma excelente oportunidade para o Brasil avançar, desde que invista na sua infraestrutura. Para Collor, isso é possível mediante um remodelamento e um reforço no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), especialmente no seu planejamento, capacitando o país na reversão do ciclo quando a economia voltar a crescer.

Collor ainda sugeriu o aperfeiçoamento da regulação e da segurança jurídica para tornar mais atraente o ambiente de negócios para investimentos produtivos; a revisão criteriosa dos gastos de custeio para reduzir as despesas do governo federal; a revisão detalhada dos programas de investimento dos orçamentos do governo central e das estatais federais para priorizar projetos; a redução agressiva da taxa Selic, "de preferência para o nível de um dígito"; e a redução dos compulsórios bancários com garantias para que a liquidez gerada seja direcionada para empresas e famílias.



10/03/2009

Agência Senado


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